Trigo tem comercialização antecipada

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Ajudados pela perspectiva de uma oferta mais escassa no ciclo 2012/13, os produtores brasileiros de trigo estão conseguindo antecipar as vendas da nova safra, uma prática pouco comum no mercado doméstico do cereal. As negociações sinalizam preços mais elevados para a nova temporada.

De acordo com Adriano Carneiro dos Santos, corretor da Trigo Branco, estima-se que pelo menos 500 mil toneladas do cereal que será colhido no Rio Grande do Sul já tenham algum compromisso de entrega, a preços na faixa de R$ 550 por tonelada. "Não se costuma vender trigo antecipadamente porque é difícil garantir a qualidade depois da colheita", explica.

A produção de trigo enfrenta problemas em diversas partes do mundo. A Austrália e os países da região do Mar Negro sofrem com a estiagem, enquanto a Argentina reduziu em 10% sua área plantada. Ainda não está claro se o Brasil, que importa metade do cereal que consome, a maioria da Argentina, terá de buscar outros fornecedores.

A semeadura de trigo no Brasil já foi finalizada, e o clima tem colaborado. A expectativa da Safras & Mercado é que o país colha 5,2 milhões de toneladas neste ano, ante 5,6 milhões na safra passada. A redução é explicada pela queda de 15% na área cultivada no Paraná, devido aos preços ruins nas últimas safras.

No momento, a commodity disponível no mercado interno vem dos leilões de estoques do governo. No arremate da última semana, o preço inicial de venda para o tipo 1 ficou em R$ 501 e o do tipo 2, em R$ 470 por tonelada, no Paraná. "Mas houve negociações a R$ 580", conta Santos, da Trigo Branco. O cereal importado chega a preços mais salgados, de até R$ 700 por tonelada.

"O dólar acima de R$ 2 encarece as importações, mas nem sempre o produto disponível no mercado doméstico atende aos padrões dos moinhos. Assim, muitos acabam comprando do Mercosul para fazer misturas e atingir a qualidade de panificação", explica Michael Prudêncio, analista de mercado da consultoria Safras&Mercado.

Santos acredita que as cotações no mercado interno fiquem entre R$ 560 e R$ 570 por tonelada na nova safra. Nos últimos ciclos, os preços oscilaram de R$ 450 a R$ 480. "Pode haver uma baixa no final do ano, pico da colheita, mas não devem cair abaixo de R$ 530 por tonelada", prevê.



Veículo: Valor Econômico


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