As indústrias nacionais de embalagens plásticas devem fazer um reajuste de 5% a 7% em seus produtos a partir deste mês. Em entrevista ao Valor, Alfredo Schmidt, presidente da Abief (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Flexíveis), disse que o repasse reflete a alta elevada dos preços da matéria-prima no mercado internacional.
Segundo Schmidt, as indústrias da terceira geração petroquímica estão sendo fortemente afetadas pelos altos custos de produção, o que reduz a competitividade delas no segmento. "Só a energia representa 20% dos nossos custos e mão de obra outros cerca de 60%", afirmou.
A associação discute com o governo medidas que poderão fortalecer o setor. "Nosso setor emprega cerca de 380 mil trabalhadores", afirmou Schmidt.
O polietileno (PE) é a principal matéria-prima para a produção de plásticos flexíveis - muito utilizados pelas indústrias de alimentos para a embalagem de salgadinhos, carnes, biscoitos e massas, por exemplo.
Analistas ouvidos pelo Valor afirmam que a oferta de produtos petroquímicos segue restrito no mercado global. A crise financeira tem afetado, sobretudo, os países europeus, importantes "players" no setor.
Depois de uma forte alta nos últimos meses, os preços da nafta começaram a recuar a partir deste segundo trimestre. No primeiro trimestre, a cotação do produto chegou a superar US$ 1.100 por tonelada, com valorização de quase 30% nos três primeiros meses do ano. Desde abril, os preços começaram a desacelerar.
A nafta é a principal matriz para a produção de produtos petroquímicos no Brasil e sua competitividade em relação ao gás natural, cujos os preços são mais atraentes, é baixa. A oferta de gás natural para a indústria petroquímica brasileira ainda é pequena e depende de investimentos.
O Brasil está fazendo investimentos para diversificar sua matriz petroquímica e depende do avanço do projeto do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) para reduzir sua dependência da nafta e utilizar mais o gás natural, importante matéria-prima utilizada em larga escala nos EUA e Oriente Médio. (MS)
Veículo: Valor Econômico