A Carbocloro, indústria química produtora de soda cáustica e cloro líquido, no pólo petroquímico e aciário de Cubatão, será a primeira usuária do porto de Santos a operar uma hidrovia na região. A empresa, que recebe sal grosso chileno e do Rio Grande do Norte, vai construir instalações no estuário santista para recepção do sal e reembarcá-lo em barcaças até sua área em Cubatão, em cais fluvial, levando o produto, por meio de esteiras, até o pátio de armazenamento. Cada barcaça, a ser conduzida por um empurrador náutico, levará 1,5 mil toneladas de sal, o equivalente a 60 carretas.
A indústria, que importa cerca de 630 mil toneladas de sal por ano, quer fazer de cinco a seis viagens por dia com barcaças. "Confiabilidade operacional, esse é o nosso negócio", diz Teodoro Pavão, gerente de saúde, segurança e meio ambiente da Carbocloro. Com as barcaças serão retiradas do tráfego urbano 50 mil caminhões por ano, na estimativa de Pavão, para quem os vieses social e ambiental estão acima do econômico nessa decisão. Embora a hidrovia seja de pequena extensão, ante os padrões mundiais, na Baixada Santista também já ocorrem sucessivos congestionamentos de veículos nas áreas urbanas, atrasando as entregas.
O transporte rodoviário do porto de Santos à Carbocloro são 22 quilômetros, enquanto pelo novo modal a distância encurtará para 11 quilômetros. A redução de poluentes entre um e outro modal equivale a 80%. Para janeiro é esperada a obtenção da licença ambiental que autorizará a partida no projeto, cuja duração será de 12 meses. (JR
Veículo: Valor Econômico