Votorantim compra fatia do GP no Boticário

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A fabricante e varejista de perfumes e cosméticos O Boticário, que em dezembro de 2006 vendeu para o IGP, fundo do grupo GP, 2,41% de suas ações, tem agora um novo sócio. No fim de outubro, essa mesma participação foi vendida ao Banco Votorantim. Com isso, o BRZ Investimentos, ex-IGP, saiu do negócio. O valor da transação foi de cerca de R$ 60 milhões.

 

A Votorantim Asset Management é o braço do banco responsável pelo novo negócio. A composição do conselho de administração do Boticário também mudou. Saiu Nelson Rozental, que representava o GP, e entrou José Roberto de Mattos Curan, do Votorantim. Outra novidade é a chegada de Vinicius Prianti, ex-presidente da Unilever. Além dos dois, fazem parte dele o fundador da empresa, Miguel Krigsner, o presidente, Artur Grynbaum, e José Paschoal Rossetti, da Fundação Dom Cabral. 

 

Grynbaum disse que o GP completou seu ciclo na empresa e a negociação com o Votorantim foi feita "a três mãos". Quando entrou na sociedade, o GP desembolsou R$ 50 milhões pela fatia de 2,41% e logo após sua chegada foi montado o conselho de administração, para reformular a gestão. Grynbaum descartou a entrada de novos sócios ou alterações nas participações. A família Ermírio de Moraes, por sua vez, negocia a venda de uma fatia minoritária do Banco Votorantim ao Banco do Brasil. 

 

Ao apresentar os dados do O Boticário, ontem, Grynbaum disse que saiu de um 2007 muito bom e entrou "com o pé direito em 2008". A meta inicial era crescer 16% no ano, mas deve chegar a 18% e, se possível, passar disso, para chegar ao faturamento de R$ 1 bilhão. Em 2007 a receita foi de R$ 832 milhões na parte industrial da empresa. Para a rede de franqueados, o faturamento deve passar de R$ 2,4 bilhões para R$ 2,8 bilhões. O crescimento da empresa será maior do que o estimado para o mercado, que pode ficar abaixo de dois dígitos, disse o executivo. 

 

Grynbaum contou que abriu 175 lojas em 2008 e chegou a 2.640, sendo 20 em cidades em que a rede não estava presente. Também fez 300 lançamentos no ano, bem mais do que os 215 de 2007. O executivo não quis adiantar as previsões para 2009, embora não tenha demonstrado muita apreensão. 

 

Grynbaum deixa claro que deve crescer dois dígitos e abrir ao menos mais 100 lojas. Os investimentos, que em 2008 chegaram a R$ 175 milhões, devem se repetir em 2009. Segundo ele, O Boticário não deve expandir a atuação internacional, que responde por cerca de 3% do faturamento. Em 2008 a empresa deixou de atuar em sete países (Chile, Austrália, Nicarágua, El Salvador, Suriname, Nova Zelândia e Emirados Árabes) e entrou em outros dois (República Dominicana e Namíbia). Atualmente, está presente por meio de parceiros em 15 países e sua melhor atuação externa é a de Portugal, onde tem 40 lojas. A empresa, que há dez anos chegou a usar 20% de matérias-primas importadas, hoje compra no exterior 6% do que usa na fábrica porque incentivou a vinda de fornecedores para o Brasil. 

 

"Esta é uma crise diferente das outras, mas não dá para dizer que não conhecemos isso", disse. As vendas do último trimestre costumam responder por 35% do total e a empresa não planeja adotar descontos ou alterar o portfólio. O executivo argumenta que conta com 600 itens nas prateleiras, de vários preços. Tem batom de R$ 9,90 a R$ 22,90, por exemplo. O Boticário está investindo R$ 10 milhões em sua campanha para as vendas de fim de ano, que terá um filme de animação e estréia dia 7. 

 

Veículo: Valor Econômico


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