A Lenovo está perto de ultrapassar a Hewlett-Packard (HP) como a maior fabricante de computadores pessoais do mundo, depois de um forte aumento em suas vendas trimestrais. A companhia chinesa tem agora 14,9% do mercado mundial de PCs, em comparação com os 15,5% da HP, segundo números divulgados pelo empresa de pesquisa IDC.
Ontem, a Lenovo superou as expectativas ao anunciar um crescimento de 30% no lucro líquido do segundo trimestre, beneficiada pelo contínuo apetite dos consumidores e das empresas da China por PCs. No entanto, até mesmo as vendas chinesas estão dando alguns sinais de esfriamento com a desaceleração da explosão econômica do país. Este foi o menor crescimento do lucro da companhia em um ano e meio.
Yang Yuanqing, executivo-chefe e presidente do conselho de administração da companhia, disse, porém, que não está preocupado com a força do crescimento econômico da China no longo prazo. "A macroeconomia da China vem mostrando alguma incerteza por causa dos controles sobre a bolha imobiliária e das exportações fracas. Mas do ponto de vista do longo prazo ainda estou bastante otimista", disse ele.
No segundo trimestre, lucro líquido da Lenovo aumentou 30%, apoiado nas fortes vendas na China
A Lenovo viu suas vendas crescerem 35%, para US$ 8 bilhões, no trimestre encerrado em junho, enquanto o lucro líquido cresceu 30%, para US$ 141 milhões. O lucro básico por ação do período - equivalente a seu primeiro trimestre fiscal - foi de US$ 1,37.
O crescimento ocorre no momento em que o mercado de PCs como um todo parou de crescer, com os consumidores mais interessados em gastar dinheiro com smartphones e tablets. Números divulgados pela consultoria Gartner no mês passado mostram uma queda de 0,1% nas vendas globais de PCs.
A Lenovo, que fabrica os computadores ThinkPad, está ganhando participação de mercado graças aos preços agressivos e às aquisições fora da China, além das fortes vendas no mercado interno. A companhia comprou a Medion Computer, da Alemanha, no ano passado para melhorar sua posição no mercado europeu.
Entretanto, as margens de lucro acabaram ficando pequenas no setor. A maioria dos fabricantes de computadores tenta entrar no mercado de tablets, mas até agora esses fabricantes vêm tendo dificuldades para competir com o popular iPad, da Apple. Os fabricantes de computador também enfrentam no momento uma nova ameaça da Microsoft, que pretende lançar seu próprio tablet, o Surface, mais para o fim do ano.
Yang diz não estar preocupado com a ameaça da Microsoft. "Não gostamos do fato de a Microsoft vender equipamentos, mas para nós isso representa apenas mais um concorrente. Eles são apenas um de nossos muitos concorrentes. São fortes em software, mas não acreditamos que conseguirão fornecer o melhor equipamento do mundo. A Lenovo pode [fazer isso]", disse ele.
A postura contrasta com os comentários feitos neste mês por JT Wang, executivo-chefe da Acer, que disse que a decisão da Microsoft terá um impacto negativo sobre o ecossistema mundial da computação.
A ação da Lenovo, cujo valor mais que triplicou desde o início de 2009, subiu 6,2%, ontem, para 6,60 dólares de Hong Kong.
Veículo: Valor Econômico