Ferrovias elevam volume transportado no semestre

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Minério de ferro e grãos lideram a lista das cargas transportadas.


Apesar do arrefecimento da economia brasileira e o momento adverso no mercado internacional, as principais ferrovias que cortam o Estado mantiveram o ritmo do transporte, em alguns casos com crescimento significativo. Além das exportações de commodities, as concessionárias são impulsionadas pelo custo menor de transporte em relação ao rodoviário, o que estaria resultando em uma transferência na utilização entre os modais.

A Estrada de Ferro Vitoria a Minas (EFVM), controlada pela Vale S/A, por exemplo, transportou 69,478 milhões de toneladas na primeira metade do ano. O resultado ficou estável em relação ao ano passado, quando foi registrada 69,424 milhões de toneladas, pequena alta de 0,07%.

O minério de ferro foi responsável por 82% do total transportado pela EFVM nos primeiros seis meses de 2012, foram 57,310 milhões de toneladas. O restante (12,169 milhões de toneladas) compreende a movimentação de produtos como grãos, cimento e aço.

A Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), também controlada pela Vale, registrou também número positivos no primeiro semestre. De acordo com informações dos relatórios financeiros da empresa, a movimentação soma 6,7 bilhões de toneladas por quilômetro-útil (TKU). O volume é 11,9% superior ao verificado no acumulado até junho do ano passado, quando alcançou 5,992 bilhões de TKU.

A empresa é impulsionada pela movimentação de produtos agrícolas. Em Minas, a FCA é responsável pelo transporte de grande parte da produção de soja e açúcar, entre outros.

Já a MRS Logística S/A registrou recorde no primeiro semestre, com 75,655 milhões de toneladas de produtos transportados. O resultado é 4,4% superior ao verificado no mesmo intervalo de 2011, quando somou 72,493 milhões de toneladas.

Entre janeiro e junho, a concessionária transportou 55,459 milhões de toneladas de minério de ferro, principal produto escoado pela malha. O volume é 6,6% maior que o verificado na primeira metade do ano passado, quando alcançou 52,047 milhões de toneladas.

Menor custo - O presidente da Associação Nacional dos Usuários de Transporte (Anut), Luiz Henrique Baldez, explica que, apesar da perda de ritmo da atividade econômica no país, as ferrovias continuam aquecidas em função da transferência verificada entre os modais ferroviário e rodoviário. "Parte do que está nas ferrovias atualmente era transportado pelas estradas", afirma.

Segundo ele, essa opção se dá em função do menor custo para escoar os produtos pelas ferrovias. A soja, por exemplo, quando a produção está em alta os produtores maximizam o transporte, utilizando também o modal rodoviário, mas quando há redução eles os transferem para as ferrovias, que é mais barato. "Se a atividade cair muito, quem sofre são os caminhoneiros", diz.

Outro fator apontado pelo presidente da entidade é a continuidade das exportações de minério de ferro. Apesar do arrefecimento da demanda chinesa, principal consumidor da commodity, ainda há um consumo elevado no planeta.

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), no primeiro semestre as exportações de minério de ferro produzido em Minas Gerais somaram 74,695 milhões de toneladas, contra 72,883 milhões de toneladas no acumulado entre janeiro e junho de 2011. O volume representa incremento de 2,4% na base de comparação.

Para atender a demanda e aumentar a participação das ferrovias no escoamento da produção, as concessionárias estão investindo pesado na ampliação da capacidade. A MRS, por exemplo, irá aportar neste ano R$ 1,585 bilhão, 33% a mais do que o total registrado no ano passado (R$ 1,191 bilhão). O montante corresponde a cerca de 30% de todas as inversões programadas pelas concessionárias de ferrovia no país no período (R$ 5,3 bilhões).

O governo federal pretende também impulsionar as ferrovias brasileiras, Na última semana, foi lançado o denominado "PAC das Concessões", que visa repassar para a iniciativa privada 5 mil quilômetros de estradas de ferro no país. Entre os trechos que atenderão Minas, está a ferrovia Belo Horizonte-Salvador.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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