Os brasileiros já estão usando 53 organismos geneticamente modificados, superando uma polêmica estabelecida antes e logo após a aprovação da Lei de Biossegurança, em 1995. De acordo com Adriana Brondani, PhD em Ciências Biológicas e Bioquímica, diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia, o País já produz e consome 18 espécies de milho, 5 de soja, 12 de algodão, 2 leveduras, uma de feijão, e usa, pelo menos, 15 vacinas resultantes de modificações genéticas dos produtos originais da natureza. O crescimento destes produtos, apesar do tempo exigido para desenvolvê-los, é fantástico. A primeira soja geneticamente modificada surgiu no Brasil em 1998. Hoje, já são 5 espécies. Cerca de 30% da área agrícola plantada no Brasil é com produtos transgênicos, destacando-se soja, milho e algodão. No total do mundo, 29 países ocupam 160 milhões de hectares com produtos OGM. Em 2002, eram apenas 3 milhões de hectares. Os resultados finais, em termos de produtividade, são bons, mas chegar a um OGM é demorado e caro. Uma nova semente OGM de soja demora 16,7 anos para ser desenvolvida, emprega cerca de quatro mil pesquisadores e custa US$ 136 milhões. Por isso, os laboratórios depois cobram royalties por sua utilização.
A CTNBio, comissão brasileira que aprova os OGM, é formada por 27 doutores, 14 dos quais devem dizer sim para um produto novo ser aceito. Alguns dos produtos atualmente em análise são arroz-dourado com betacaroteno e aumento de vitamina A, salmão com mais ômega-3, plantas biofábricas que produzem medicamentos, maçã que não escurece, canola com mais ômega-3, leveduras para biocombustíveis, microalgas, cana-de-açúcar e eucalipto e mais uma centena de alimentos. O feijão OGM da Embrapa já está chegando ao mercado. Na semana passada, a CTNBio aprovou nova semente transgênica de algodão, que combina resistência a pragas e também tolerância a herbicidas.
Veículo: Jornal do Comércio - RS