Tecnologia favorece alta de 68% na produção de hortaliças

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O chefe-geral da Embrapa Hortaliças de Brasília, Celso Moretti, disse que o emprego de ciência e tecnologia são responsáveis pelo aumento de 68% na produção brasileira de hortaliças e de 62% na produtividade nos últimos 10 anos, em palestra que abriu o II Curso de Tecnologia Pós-Colheita em Frutas e Hortaliças nesta segunda-feira, na Embrapa Instrumentação de São Carlos. Moretti apresentou um panorama do mercado de hortaliças atual e perspectivas futuras, empregos das hortaliças na área de cosméticos e da saúde, os benefícios e as tendências de mercado.

Segundo ele, embora a produção e a produtividade tenham aumentado, a área destinada ao cultivo de hortaliças teve uma elevação de apenas 4%, o que demonstra, "que ciência e tecnologia da Embrapa e do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária foram os insumos fundamentais para o alcance destes percentuais. O País tem tecnologia, tem material adaptado para produzir hortaliças de norte a sul", afirmou.

Moretti diz que o mercado de hortaliças é altamente segmentado e diversificado com a produção concentrada em cinco espécies - batata, tomate, cebola, cenoura e melancia, sendo que o setor de agricultura familiar é responsável por 75% da produção. No Brasil, a área produzida é de 800 mil hectares, com produção de 19,3 milhões de toneladas e produtividade de 24 toneladas por hectares. O mercado de hortaliças gerou 7,3 milhões de empregos diretos e indiretos, em 2010. Segundo dados de 2003 do IBGE, o consumo médio é de 30 kg por habitante ao ano.

Das oito hortaliças mais importantes - batata, alho, melancia, batata doce, tomate, cenoura, melão e cebola - o alho vem tendo queda no mercado, pela concorrência chinesa. Nos últimos 10 anos, o pesquisador disse que a área plantada foi reduzida de 15 mil hectares para cerca de 9 mil. Com a adoção de tecnologias o mercado de hortaliças vem se expandindo em novas fronteiras dentro e fora do país e também com aplicação em outras áreas como médica e de cosmético. Moretti afirmou que se tem trabalhado com compostos bioativos e estudos in vitro e com foco no colesterol, infarto agudo do miocárdio, estresses oxidativos, hipertensão arterial, desenvolvimento de biocosméticos e diabetes 2.

Para este último caso, o pesquisador lembrou que os estudos estão em fase bem adiantada e que, possivelmente, em dois anos um produto estará no mercado. As pesquisas foram realizadas com uma abóbora, chamada gila, e nela os cientistas encontraram uma substância que pode ser grande aliada no tratamento dos pacientes com diabetes.

Entre os desafios apontados por ele para o mercado atual e futuro de hortaliças estão o incremento das ações de estímulo ao consumo, desenvolvimento de variedades e híbridos para os trópicos, melhoramento genético com foco na qualidade - aspectos nutricionais e conservação pós-colheita -, redução de perdas pós-colheita e transferência de tecnologia. Porém, para que o mercado continue em expansão, o pesquisador lembrou um fator fundamental na produção de hortaliças que é o exercício das boas práticas e a segurança alimentar para que não ocorram problemas como os registrados com a contaminação em brotos de feijão na UUE. "O mercado futuro vai exigir a rastreabilidade do produto", concluiu.

O 2º Curso de Tecnologia Pós-Colheita em Frutas e Hortaliças, promovido pela Embrapa Instrumentação, tem como proposta capacitar produtores, atacadistas, varejistas, técnicos e especialistas para tecnologias que minimizem perdas e ampliem melhorias no setor.

Até o final do evento - dia 24 - serão apresentados 23 temas aos participantes, vindos de seis estados brasileiro, que serão contemplados com atividades teóricas e práticas, e excursões técnicas.

 

Veículo: DCI



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