Durante os três dias de evento, a Expoagas fechou R$ 304,2 milhões em negócios. Com isso, a exposição, que foi encerrada nesta quinta-feira, conseguiu um incremento de 10,7% em relação à quantia movimentada na edição de 2011. Os dados foram coletados pelo instituto de pesquisas Segmento. Baseado no desempenho da feira, o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, reviu a meta de crescimento para o setor neste ano. Agora, a expectativa é de um resultado de 5% a 7% maior frente a 2011.
Em 2012, a exposição teve como destaque a elevada procura por equipamentos. Ao todo, o ramo se responsabilizou por 9,8% do volume transacionado, e 65% das empresas participantes manifestaram interesse em fazer reformas ou investimentos. “Isso é sinal de que o setor continua otimista e acreditando em oportunidades de negócios”, destaca Longo. Além disso, segmentos como higiene e beleza e pets começam a ganhar força, representando uma parcela cada vez maior no volume arrecadado. “Produtos desses segmentos ganharão mais espaço nas gôndolas dos supermercados”, aponta o dirigente.
Com relação aos produtos mais tradicionais, os laticínios conseguiram bons resultados na feira graças à realização de promoções, situação provocada pelo calor fora de época. O clima, aliás, impactará nos balanços financeiros dos supermercadistas gaúchos no mês, na visão de Longo. “Esse inverno curto vai prejudicar o faturamento de agosto. Por outro lado, alguns setores, como o de laticínios, vão ter a possibilidade de aumentar sua produção por causa do clima”, acredita.
Ao todo, 4.780 empresas varejistas visitaram a Expoagas, um acréscimo de 10,5% frente a 2011. Os supermercados respondem por 73,5% do total. Farmácias (3,2%) e padarias (7,1%), no entanto, foram as duas categorias que mais cresceram em participação. Entre todos os expositores, 55% deles realizaram negócios com empresas de ramos diferentes dos seus. A média de venda por cada expositor ficou em R$ 894 mil. Entre as vendas realizadas, 70,5% foram para empresas gaúchas, 21,6% para varejistas de outras regiões do Brasil e 7,7% para empresários de países da América Latina.
Consumidores descobrem a rastreabilidade
A implementação de sistemas de rastreabilidade de alimentos já é realidade nas rotinas internas das grandes fabricantes brasileiras, mas a importância do conceito recém começa a amadurecer entre os consumidores. Essa é a avaliação da assessora de soluções de negócios da Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil), Ana Paula Maniero. A dirigente palestrou no último dia da Expoagas sobre o tema.
“Muitas empresas utilizam internamente, como parte de seus processos de gestão. Mas o consumidor precisa criar uma consciência sobre a origem dos alimentos que consome. Assim, ele mesmo começa a selecionar os produtos de maior qualidade”, destaca Ana Paula. Segundo ela, o consumidor brasileiro começa, aos poucos, a se atentar para essa questão. Uma prova disso é o crescente espaço que os produtos orgânicos vêm ganhando.
Mesmo assim, os supermercados podem desenvolver um papel importante para informar o cliente sobre a segurança alimentar e os meios de obtenção de informações sobre o processo produtivo. Uma das soluções de rastreabilidade disponíveis no mercado foi apresentada pela associação na Expoagas, o GS1 DataBar. O código facilita o controle da validade de produtos perecíveis, disponibiliza informações adicionais sobre o lote de fabricação e pode dar maior agilidade na logística. A ferramenta possibilita o acesso a informações sobre todas as etapas de fabricação do produto, desde a origem até o momento em que o item foi colocado na gôndola do supermercado.
Veículo: Jornal do Comércio - RS