Os produtores de arroz do Rio Grande do Sul deverão semear 1,03 milhão de hectares na safra 2012/13, área semelhante à do período anterior.
O problema é que o plantio depende muito do clima para chegar a essa extensão. No cenário atual, 45% dessa área ainda depende de chuvas para receber as sementes de arroz.
Sem a ocorrência de chuva não haverá água suficiente para a irrigação, diz Claudio Pereira, presidente do Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz).
O setor espera chuva neste mês e em setembro, o que permitiria o plantio e garantiria maior produtividade das lavouras.
Em condições normais de clima, os gaúchos deverão produzir 7,2 milhões de toneladas na safra a ser semeada, segundo Pereira. Se confirmado, esse volume será inferior aos 7,6 milhões colhidos no início deste ano.
O setor de arroz vive momentos diferentes do que se imaginava no início da colheita. O próprio governo se antecipou e formulou uma série de programas de apoio, que não foram necessários.
A produção caiu, as exportações se mantiveram e os preços internacionais ajudaram. O resultado é que a saca de arroz em casca chegou a ser negociada a R$ 35 no Rio Grande do Sul nesta semana. Esse preço supera em 40% o praticado há um ano.
Pereira diz que os preços atuais são sustentados pela oferta menor, devido à quebra de safra, e pelas exportações. Estas ocorrem porque o Brasil ganhou novos mercados, principalmente na África, e está obtendo um produto de melhor qualidade.
Além disso, o mercado nacional sofre menos pressão do Mercosul. Com produção menor, devido a problemas climáticos, os países vizinhos também conseguem novos mercados para exportar.
Se o cenário é bom para os produtores, não é para a indústria. Elton Doeler, presidente do Sindiarroz-RS (sindicato das indústrias), alerta o governo de que está na hora de fazer leilões.
A situação atual não prejudica apenas as indústrias, mas também o bolso dos consumidores, diz ele.
Veículo: Folha de S.Paulo