Elavon aposta nos varejistas para crescer em cartões

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Recém-chegada ao Brasil, a credenciadora de cartões americana Elavon firmou uma parceria pouco tradicional para ampliar sua rede de captura de transações no varejo brasileiro. No lugar de concentrar esforços em acordos com bancos, a Elavon aposta em uma aliança com a Bematech, que produz equipamentos eletrônicos para lojistas, como uma forma de conquistar a preferência das grandes varejistas, hoje clientes da Cielo e Redecard.

Isso porque a Bematech fabrica os chamados TEFs (Terminal Eletrônico de Transferências), que substituem no grande varejo as "maquininhas" que capturam as transações de cartões nos comércios menores. A Bematech tem hoje 300 clientes corporativos e está presente em mais de 500 mil lojas, entre elas as das redes Subway e O Boticário. Possui também uma rede de distribuição de cerca de 3,5 mil postos no Brasil, que a Elavon planeja treinar até o fim do ano para vender seu portfólio de serviços.

"Como nosso custo de distribuição vai ser menor, podemos oferecer uma taxa mais competitiva ao lojista", afirma José Castilho, presidente da Elavon Brasil. Ele promete um desconto médio de 5% a 15% na taxa que a Elavon cobra para capturar transações no varejo, caso ela passe por um terminal Bematech.

No Brasil, a estratégia consagrada por Cielo e Redecard para ampliar sua distribuição são acordos com bancos. A Cielo, que tem como acionistas Banco do Brasil e Bradesco, possui acordo de preferência com o HSBC. Redecard, controlada pelo Itaú Unibanco, tem acordos com Safra e Tribanco. O Santander tem parceria com a GetNet. A própria Elavon chegou no Brasil via joint venture com o Citi.

Quando a Bematech vender um TEF para o lojista, dará a opção que o sistema venha com o software de captura da Elavon instalado. As receitas de captura de transações que a Elavon conseguir em terminais da Bematech serão divididas pela metade entre as duas empresas, descontados os custos. Outras receitas com serviços que a Elavon venda a esses clientes também. A parceria dura cinco anos, prorrogáveis por outros cinco.

A Elavon tem menos de 1% do mercado brasileiro de credenciamento de cartões, com cerca de mil lojas afiliadas. Segundo o Barclays, Cielo e Redecard têm juntas cerca de 96%. Castilho promete outras parcerias para os próximos meses. Entre as possibilidades, estão outros prestadores de serviços tecnológicos para varejistas, que não concorram com a Bematech.

A Bematech leva com a parceria uma janela para o exterior. "O que desenvolvermos juntos no Brasil poderá ser ofertado para clientes da Elavon lá fora", diz Cleber Morais, executivo-chefe da Bematech. Entre os clientes mundiais da Elavon estão a Delta Airlines e os hotéis Hilton. Outra vantagem é a fonte extra de receitas. Como os sistemas de automação para varejo, em média, custam menos de R$ 5 mil, outros serviços e produtos reforçam os ganhos.



Veículo: Valor Econômico


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