Abanorte deve realizar o 1º embarque de banana em 2013

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Os produtores de banana ligados à Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte) deverão exportar banana prata para a Europa em meados de 2013. Os embarques têm o objetivo de diversificar o mercado de atuação, proporcionar maior equilíbrio entre a oferta e a demanda no mercado interno e ampliar a lucratividade dos produtores da fruta.

De acordo com a gerente executiva da Abanorte, Ivanete Pereira dos Santos, atualmente os envolvidos no projeto de exportação estão avaliando as pesquisas já realizadas com a fruta para sua conservação. O objetivo é estudar as técnicas disponíveis e adaptá-las às necessidades da região.

"Estamos na fase de laboratório. Nosso objetivo é obter informações sobre a conservação e transporte das bananas. Após esse levantamento vamos fazer várias experiências em câmaras de armazenamento e depois enviar um contêiner do produto para a Europa. Todo este processo é necessário para que a fruta chegue ao destino com alta qualidade e pronta para o consumo, o que é muito valorizado no mercado europeu", disse.

Ainda segundo Ivanete, o projeto para a exportação da banana é desenvolvido em conjunto com o governo do Estado e com apoio de várias instituições públicas e privadas, que irão alinhar ações e buscar sinergia no cumprimento dos projetos para o Arranjo Produtivo Local de Fruticultura do Norte de Minas, impulsionados a partir de recursos destinados pelo governo do Estado, através de empréstimo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A diversificação do mercado e a possibilidade de exportar a banana produzida no Jaíba são vistas como uma grande oportunidade para agregar valor ao cultivo e manter os preços da fruta, ao longo da safra, em níveis lucrativos.

A banana produzida no Jaíba é destinada aos mercados do Rio de Janeiro, que demanda 47% da produção, seguido por Minas Gerais com 25% e São Paulo, que consome 21%. Existe interesse de compradores da França, Inglaterra e Portugal.

"A grande concentração do mercado é um risco para o produtor, que dependendo do volume gerado passa a receber um valor que, muitas vezes, fica abaixo do custo de produção. Nosso objetivo é diversificar a atuação e com isso evitar a queda significativa dos preços", disse.

De acordo com dados da Abanorte, anualmente são produzidas 254,6 mil toneladas de banana, deste total 206,9 mil toneladas, ou 81,14%, são de banana prata e 47,6 mil toneladas, ou 18,85%, são da qualidade nanica. O volume produzido vem se mantendo estável nos últimos anos.

Uma das principais vantagens da banana produzida em Minas Gerais é o uso restrito de defensivos agrícolas, quando comparada com o volume utilizado na América Central. Segundo a gerente executiva da Abanorte, enquanto na América Central são feitas 50 aplicações anuais, na região são apenas cinco pulverizações por ano, o que torna o produto mais saudável.


Preços - Segundo Ivanete, os preços pagos pela banana ao longo dos primeiros oito meses de 2012 foram lucrativos para os fruticultores. A média de preços ficou em R$ 23,48 por caixa de 20 quilos, valor que supera em 48,89% os custos de produção que giram em torno de R$ 12 por caixa. O maior preço pago pela banana foi registrado em maio, quando a caixa foi negociada a R$ 28.

A tendência para os próximos meses é de redução dos valores, uma vez que o produto entra em período de safra e a oferta é ampliada. Em setembro, o preço médio praticado ficou em torno de R$ 18 por caixa de 20 quilos. Até novembro os valores recebidos pela venda do produto devem atingir R$ 12 por caixa de 20 quilos.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a produtividade no Norte de Minas pode reduzir até o final do ano, devido ao baixo volume de chuva, que prejudicou também a irrigação.

O baixo volume de precipitação no correr de 2012 no Norte-mineiro resultou em menor abastecimento dos rios e, conseqüentemente, em racionamento de água. Para a irrigação, a maioria dos produtores utiliza poços artesianos ou o rio Gorutuba, que, neste momento, estão sendo insuficientes para suprir a necessidade hídrica das plantas, devido ao baixo nível de água nesses locais.

Na região de Jaíba, no entanto, produtores têm conseguido irrigar regularmente os bananais, pela proximidade com o rio São Francisco e também do Projeto Jaíba. Para agravar ainda mais a situação, o El Ni¤o deve reduzir o volume de chuva abaixo do normal no Norte de Minas.

"Em algumas regiões do Jaíba a redução das chuvas e as altas temperaturas têm promovido a redução da oferta de água e os produtores estão racionando o volume destinado à irrigação, mas a produção não sofrerá impactos significativos", disse.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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