As quedas na produção e na área colhida também refletem na retração da produtividade do algodão
O cultivo de algodão em Minas Gerais, conforme estudo da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), não terá um saldo positivo em 2012. A projeção é de que a área colhida, a produção e a produtividade por hectare caiam em relação a 2011. Além disso, o preço médio da pluma importada pelo Estado aumentou 54,4% e, por outro lado, a cotação média do produto exportado teve baixa de 49,3%, nas comparações do acumulado até agosto deste ano contra o mesmo período do exercício passado.
De acordo com estudo da Seapa, a área colhida em 2011 foi de 32.306 hectares e este ano deve fechar em 30.533 hectares, 5,5% de redução. Com o resultado, o Estado terá 2,1% de participação em toda área destinada à atividade nos campos do país no período, praticamente a mesma fatia que Minas Gerais teve no total do Brasil no ano passado.
A produção deve seguir trajetória semelhante, caindo de 114,3 mil toneladas de algodão em pluma em 2011 para 106,5 mil toneladas ao final deste ano, uma retração de 6,7%. A participação do Estado na produção nacional para 2012 será de 2%, também da mesma ordem do exercício anterior.
As quedas na produção e na área colhida também refletem na retração da produtividade, o que significa que a cultura do algodão perdeu efetividade nos campos mineiros este ano. O levantamento da Seapa mostrou que a produtividade em 2011 deve fechar o período produtivo em 3,4 toneladas de algodão por hectare cultivado, o que, se confirmado, consolidará um recuo de 8,2% frente ao índice de 3,7 toneladas/hectare registrado na safra anterior.
O estudo também mostrou quais são os municípios que lideram o ranking dos maiores produtores do Estado. Encabeça a lista Buritis, Unaí e Presidente Olegário, todos na região Noroeste, Coromandel (Alto Paranaíba) e Guarda-Mor (Noroeste), que juntos têm participação de 57% na produção estadual.
Regiões - Na divisão por região, o Noroeste de Minas, com 63,7% de participação, é o maior produtor de algodão em pluma do Estado, seguido pelo Alto Paranaíba (16,1%), Triângulo Mineiro (12,4%), e Norte de Minas, que teve 7,6% de participação da produção estadual.
Em relação à balança comercial da atividade, o saldo registrado no acumulado do ano até agosto é positivo de US$ 26,734 milhões. No período as remessas estaduais de algodão para o exterior renderam uma receita de US$ 42,248 milhões para o Estado contra importações da ordem de US$ 15,214 milhões.
Entre janeiro e agosto, as vendas externas de algodão somaram 7,3 mil toneladas contra 4 mil toneladas no mesmo período de 2011, uma evolução de 82,3%. Em receita, porém, houve uma queda de 7,8%, porque, na mesma comparação, o preço médio da tonelada do produto retraiu 49,3%.
Os desembarques no acumulado até agosto totalizaram 2,4 mil toneladas sobre 8,4 mil toneladas em idêntico intervalo um exercício antes, um redução 71,2%. Em giro financeiro e em igual confronto, a alta foi de 55,6%. O comportamento dos preços médios do algodão importado pelo Estado foi o oposto do exportado. O preço para desembarque do produto caiu 54,4% no confronto entre os dois períodos.
Veículo: Diário do Comércio - MG