O presidente da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, afirmou ontem que grupos estrangeiros de varejo farmacêutico vão desembarcar no mercado brasileiro em breve. "Com a compra da Boots pela Walgreens é cada vez maior a chance de grupos internacionais entrarem no Brasil. Acredito que isso pode acontecer por meio da Boots", disse Barreto. Em junho, a americana Walgreens adquiriu 45% da rede europeia Alliance Boots por US$ 6,7 bilhões.
Segundo Barreto, a chegada de um operador estrangeiro no país é natural, uma vez que a expectativa é que o segmento de farmácias dobre de tamanho até 2017. "O mundo está olhando o Brasil de binóculos", disse ele. No primeiro semestre, as vendas nas 31 maiores redes farmacêuticas somaram quase R$ 12 bilhões, alta de 18,3% em relação a um ano antes.
A tendência de consolidação permanece, na visão de Barreto. Hoje, o mercado tem cerca de 65 mil farmácias, mas 75% das vendas estão concentradas em 12 mil farmácias. O executivo diz que o mercado brasileiro está preparado para competir porque tem representantes de peso como RaiaDrogasil e Pacheco, entre outros.
Uma das barreiras para a entrada de grupos internacionais é a proibição da venda de produtos que não se classificam como medicamentos, nas farmácias do país. "As farmácias da Walgreens vendem de tudo, de medicamentos a pizza", brincou Barreto, que participou ontem de evento organizado por Apimec e BM&FBovespa.
A Anvisa é contra a venda de medicamentos e outros produtos no mesmo local como acontece nos Estados Unidos. "Misturar medicamentos com iogurtes não dá certo", disse Ivo Bucaresky, secretário executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos da Anvisa, que também participou do evento.
Veículo: Valor Econômico