Os consumidores e os produtores de orgânicos vão ter a partir do próximo sábado, dia 20, uma nova opção para as compras e as vendas. A Feira da Agricultura Limpa e Produtos Orgânicos vai ser um evento fixo, sempre aos sábados, das 7h às 13h, no Parque do Ibirapuera.
Ali o visitante vai encontrar cerca de 200 barracas de produtores, oferecendo os mais variados tipos de verduras, frutas, frango, cogumelos, grãos, sucos, caldo de cana, pães, bolos, geleias, açaí, sorvetes, castanhas, todos criados dentro das técnicas e dos processos mais naturais.
"O mercado de orgânicos está crescendo muito, as pessoas estão percebendo os benefícios que esses produtos trazem, em saúde e no sabor", diz Isaías José Pereira, dono dos sítios Cantagalo, de 26 alqueires, e Umuarama, com quatro alqueires, ambos em Minas Gerais. As propriedades têm produção orgânica de morangos, com colheita durante todo o ano. "Usamos sementes chilenas, que produzem o tempo todo, agora mesmo estou plantando e colhendo no Umuarama", diz o agricultor Pereira.
Sua produção se destina basicamente à Feira de Orgânicos do Parque da Água Branca, o recanto mais tradicional na capital paulista para o segmento, que funciona desde 1991.
"Agora as pessoas procuram cada dia mais os meus morangos", diz o produtor que no início de sua participação na feira vendia 400 bandejinhas da fruta e hoje comercializa, em média, mil unidades por sábado.
A questão do preço mais alto dos orgânicos é avaliada por ele como mito. "Meu morango sai a R$ 4 a bandejinha, bem mais barato do que muitos tradicionais em feiras comuns. E o meu é grande e gostoso", diz, orgulhoso.
O mercado anda tão aquecido que ele tentou abrir uma nova barraca na feira do Ibirapuera, mas não conseguiu uma parceria para viabilizar a nova frente.
Na roça, ele trabalha com 10 pessoas, familiares e dois funcionários. "Quando tem colheita, ainda tenho que contratar. Preciso ter outra pessoa na barraca para eu continuar vendendo na Água Branca", diz ele, que enfrenta os 180 quilômetros de distância entre a plantação e o parque todas as terças e sábados.
Café da manhã
Na feira do Ibirapuera, o visitante poderá também desfrutar de um café da manhã orgânico, usufruindo a paisagem das árvores e das centenas de mudas do Viveiro Manequinho Lopes.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, além da diversidade de produtos, a feira oferecerá produtos com preços justos.
Outro fator de atração é a possibilidade de aproximar produtores e consumidores, ampliando o espaço para a troca de informações sobre cultura, saúde e lazer e, possivelmente, de receitas com produtos e técnicas orgânicas.
Entre as entidades que apoiam a iniciativa estão a Associação da Agricultura Orgânica (AAO), Associação Biodinâmica (ABD), Associação da Agricultura Natural de Campinas (ANC), MOA internacional - Associação Mokiti Okada, Movimento Slow Food e o Instituto Kairós - Ética e Atuação Responsável.
Todos os alimentos comercializados são produzidos sem a utilização de agrotóxicos e adubos químicos e ainda ajudam a preservar os mananciais das Represas Billings e Guarapiranga, responsáveis por 30% do abastecimento de água da cidade.
No Município de São Paulo, todos os agricultores envolvidos na ação recebem a assistência técnica da prefeitura e têm o selo "Guarapiranga Sustentável", que garante boas práticas agrícolas.
A Feira do Parque do Ibirapuera será mais uma opção na cidade, que além da feira do Parque da Água Branca, ainda tem as do Parque Burle Marx, na zona sul, e a de São Mateus, na Rua Maria do Val Penteado, ambas funcionando sempre aos sábados.
Veículo: DCI