Cromus Embalagens avança no segmento corporativo

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No calendário da Cromus Embalagens, uma das maiores fornecedoras de embalagens decorativas e artigos para decoração do país, o Natal começou em abril e, logo mais, será tempo de Páscoa. Mas a nova coleção que vai embalar ovos de chocolate e bombons em todo o país não é a única novidade no show room da fábrica da Cromus em Mauá (SP). Sacolas com montagem automática, caixas de diversos tamanhos, sacos e folhas para presentes, desenvolvidas especialmente para o mercado corporativo, já começaram a ganhar as prateleiras da área de exibição e prometem responder por parcela significativa das receitas da Cromus.

Desde sua fundação, em 1993, a empresa se dedicou apenas ao atendimento ao varejo - que revende suas caixas, sacolas e sacos de papel com estampas da moda ou exclusivas. Agora, disse ao Valor o empresário Eduardo Cincinato, passa a fornecer linhas completas de embalagens para os próprios lojistas e empresas, entre os quais L'Occitane, Lupo, Riachuelo e Pernambucanas. O faturamento não é divulgado, mas a expectativa é a de que a aposta no segmento corporativo resulte em crescimento de 15% nas receitas em 2013.

"Vamos trabalhar com magazines, lojas de shopping e pequeno varejo e oferecer não só as embalagens feitas na Cromus mas também os artigos importados", contou Cincinato. Para elaborar o portfólio direcionado a essa clientela, a Cromus contratou a empresa de pesquisas GfK Group e os trabalhos do designer Fabio Mestriner, um dos maiores especialistas em embalagens do país. Antes disso, já havia investido cerca de € 2,5 milhões na compra de três equipamentos de conversão de sacolas, trazidos da Alemanha.

Com capacidade de conversão mensal de cerca de 600 toneladas de filmes plásticos, cartão e papel na fábrica de Mauá, a Cromus importa aproximadamente sete mil itens de decoração, negócio que hoje está concentrado em outra unidade, no bairro do Ipiranga, na capital paulista. Com calendário próprio, e invertido em relação ao do consumidor final, inaugura em abril sua coleção de Natal e, no fim do ano, quando os temas natalinos começam a ganhar o comércio, é hora de mostrar as novidades para a Páscoa.

Foi justamente a aposta nas embalagens para chocolate que marcou a fundação da Cromus. O negócio, segundo Cincinato, nasceu com foco nas confeiteiras que adaptavam papéis e folhas de floricultura para embalar bombons e ovos de Páscoa. Pouco a pouco, conquistou espaço nas varejistas que vendem itens decorativos, ainda com produção terceirizada. A primeira máquina própria veio quatro anos depois, após um contrato com a rede de varejo de moda C&A, que passou a comprar sacos para embalagem da Cromus.

A entrada no negócio de importação de itens decorativos, segundo Cincinato, veio depois da venda da Lacta em 1996, que mudou a dinâmica do mercado brasileiro de chocolate artesanal. "Fiz a primeira viagem à China, em busca de produtos que pudessem agregar valor a esse mercado, e começamos a incentivar a venda de cestas de Páscoa", afirmou o executivo. De lá, a Cromus trouxe inicialmente um contêiner de coelhinhos de palha. Em 2013, terá chegado a uma linha com 10 mil itens importados.

Atualmente, a empresa emprega cerca de 800 funcionários nas duas unidades e tem uma equipe de doze profissionais, a maior parte da área de decoração, dedicados à exposição de seus produtos no varejo. As tendências da moda, padrões de tecidos e cores são acompanhados de perto, iniciativa que inclui viagens a centros mundiais e participação nos principais eventos da área, e traduzidas em estampas de caixas e sacolas.

Segundo Cincinato, não há planos de levar a Cromus, uma empresa de médio porte em sua avaliação, à bolsa. Nos períodos em que há maior necessidade de capitalização, os meios de financiamento já estão bem definidos: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou o próprio fornecedor para a compra de equipamentos; e recursos próprios ou linhas de bancos para financiar lojistas que, por sua vez, financiam as chocolateiras.



Veículo: Valor Econômico


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