A Secretaria de Comércio Exterior do Brasil publicou ontem no Diário Oficial da União que vai iniciar revisão de decisão antidumping tomada contra importações de papel-cartão para embalagens do Chile, para determinar eventual prorrogação de medidas aplicadas pelo Brasil em 2007.
Segundo texto da secretaria, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a revisão se refere a importações de cartões semirrígidos, revestidos, para embalagens, tipos dúplex e tríplex, de gramatura igual ou superior a 200 gramas por metro quadrado. Entre os principais fabricantes brasileiros de papel-cartão está a Klabin.
Segundo a Secex, a vigência das medidas antidumping tomadas pelo Brasil se encerraria em 11 de outubro deste ano. Tanto Klabin quanto Suzano e Papirus manifestaram interesse na revisão das medidas para eventual prorrogação.
Além das empresas, também manifestaram interesse na revisão a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) e a fabricante Ibema Companhia Brasileira de Papel.
"Há indícios de que a extinção da medida antidumping muito provavelmente levaria à continuação do dumping e do dano dele decorrente. Propõe-se, desta forma, a abertura de revisão para fins de averiguar a necessidade de prorrogação do prazo de aplicação da medida antidumping", conclui o parecer do Departamento de Defesa Comercial, divulgado pela secretaria.
De acordo com o balanço mais recente divulgado pela Bracelpa acerca da produção de papel-cartão no Brasil, no acumulado até agosto, as empresas nacionais fabricaram 507 mil toneladas do produto, ante 473 mil toneladas registradas no mesmo período do ano passado. Esse volume representa um crescimento de 7,2%, o maior índice em termos percentuais dentre a pesquisa que a entidade divulga mensalmente.
Esse mesmo desempenho vem sendo apresentado quando se analisam as exportações, as vendas domésticas e as importações do produto em 2012.
O consumo interno do papel-cartão aumentou 6,4% até agosto, para 349 mil toneladas. Por sua vez, as exportações avançaram 9% com 158 mil toneladas nos oito primeiros meses do ano. Já as importações apresentam alta de 11,5%, com um volume de 29 mil toneladas.
Veículo: DCI