Em SC, o destaque é para cargos de supervisão e gerência nas áreas administrativas e de RH
As mulheres já assumiam cargos de chefia em pequenas empresas, mas agora avançam em funções de supervisão, coordenação e presidência em diversos segmentos, inclusive nas grandes organizações. Pesquisa da Catho Online, site de classificados e de banco de currículos, revela que, no biênio 2011-2012, as mulheres ocupam 48% dos cargos de supervisão e igualam-se aos homens, são maioria nas vagas de coordenação e, aos poucos, chegam à presidência das empresas.
Em Santa Catarina, as mulheres têm sido mais efetivadas para cargos de supervisão e gerência nas áreas administrativas e de recursos humanos. De acordo com a regional da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), em Florianópolis, na área comercial, vista como a mais conservadora, o predomínio ainda é dos homens.
Maria Teresinha Vicente de Medeiros, presidente da regional da ABRH-SC, na Capital, acredita que o cenário é reflexo cultural dos catarinenses, mas que a nova geração de profissionais tem incentivado a colocação das mulheres nos cargos mais altos das corporações.
– Está entrando no mercado de trabalho a geração "Y", despreocupada com o modelo tradicional das empresas. Essa geração é centrada no que é bom para ela e, se algo não for bom, muda de emprego. Nesse contexto, a mulher trabalha melhor porque o homem é mais tradicional e não sabe como reagir diante desse funcionário – explica.
Dione Quadros é uma das três mulheres que ocupam cargos de gestão na Intelbras, empresa de São José que atua na área de centrais telefônicas, telefones e centrais condominiais. Ela começou no parque fabril da empresa em 1996.
Dentro da fábrica, Dione diz que nunca sentiu-se inferiorizada, com menos oportunidades para crescer na comparação com os homens. Ela acredita que o resultado do trabalho é o que conta para crescer e conquistar pontos na carreira.
Polo tecnológico favorece a contratação de mulheres
Rogério Francisco Silva, um dos diretores da Conexão Desenvolvimento Organizacional, de Florianópolis, afirma que 30% das empresas para as quais presta consultoria são chefiadas por mulheres – quando há um cargo desse tipo dentro da corporação.
Ele destaca que o fato de Santa Catarina ser um polo tecnológico faz com que o perfil listado pela pesquisa da Catho se diferencie por aqui: há muitas contratações de mulheres escaladas para gerenciar empresas de software e de engenharia. E, ao contrário do que se acredita, o consultor ressalta que, atualmente, são as próprias mulheres que evitam contratar funcionários do mesmo sexo para preencher cargos que estão abertos na empresa, e não os homens.
– A contratação de mulheres deixou de ser uma resistência masculina para ser feminina. Existem mulheres que não querem trabalhar com outras profissionais do mesmo sexo – diz.
Veículo: Diário Catarinense