Opções sofisticadas são as que mais crescem no setor de massas

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A chegada das classes C e D ao mercado está incrementando as venda dos grandes fabricantes mineiros de macarrão. Na Santa Amália, as vendas dos produtos de melhor qualidade, como massas com ovos e sêmola, cresceram 15% este ano. Em 2011, as vendas da empresa avançaram 17%. Na Vilma Alimentos, o público que antes era fiel ao macarrão comum também migrou para as opções mais elaboradas, com sêmola, ovos e até grano duro. Dos 60% de market share da empresa que consumiam o macarrão comum, nada menos do que 40% já migraram para as opções de ovos e sêmolas, reflexo do aumento do poder aquisitivo da população. Os números dão motivos para comemorações hoje, que é o dia mundial do macarrão. Ainda assim, o Brasil ocupa o 16º lugar no ranking do consumo per capita de massas no mundo. Em matéria de produção, o país está em segundo lugar, com 1,3 milhão de toneladas em 2011, atrás apenas dos Estados Unidos.

De acordo com Claudio Zanão, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima), o consumo de macarrão cresce ano a ano no país, mas os gastos per capita estabilizaram a demanda em 6,2 quilos por pessoa ao ano. “Quando se divide a produção pelos 190 milhões de brasileiros, caímos de posição. É preciso aumentar a frequência do consumo semanal de macarrão”, afirma. De acordo com ele, o produto tem 100% de penetração em território nacional. O problema é que a população só come massas, em média, duas vezes por semana. “Hoje, o espaguete responde por 40% do consumo de macarrão no Brasil. E esse formato de massa pede molhos mais ralos, como bolonhesa e pomodoro. Mudando o formato, é possível alterar a receita e incentivar o aumento de consumo”, acredita.

Foi o que fez a Vilma Alimentos. “Para flexibilizar o público, nós diversificamos os cortes. Criamos o Linguine, o fidelinho, o farfalle. São 40 novos tipos de corte de massas. Isso só foi possível com a inovação tecnológica”, diz Eugênio Almeida, gerente nacional de Marketing da empresa. Hoje, a Vilma fabrica nada menos do que 96 cortes diferentes. Eduardo Ferrari, gerente nacional de Vendas da Santa Amália, diz que o crescimento das vendas é puxado pelo segmento de massa com ovos. Mas ele explica que a empresa também oferece a linha grano duro (premium) e a linha integral, que tem crescimento de consumo “em escala”. Segundo ele, a Santa Amália inaugurou uma máquina de cortar massas há três anos, o que supriu a deficiência de produção da empresa, que vende tudo o que oferece ao mercado quando o assunto é relacionado com massas longas (espaguete). Agora, a Vilma se prepara para a aquisição de mais um equipamento desse tipo.

COM RECHEIO “O aumento do poder aquisitivo da população contribuiu muito para o consumo de massas com maior valor agregado, como a fresca (ou refrigerada), que já vem com recheio e é mais fácil de preparar. Esse segmento cresceu 18% em 2011 com relação a 2010, e esse aumento está diretamente ligado à melhoria da renda da população”, diz o presidente da Abima. Segundo ele, o brasileiro sempre gostou de experimentar, e agora tem dinheiro no bolso. Por isso, está buscando novos tipos de massas, como o integral, que é mais saudável e também mais caro.

Alysson Lessa, dono do restaurante O Dádiva, voltado para um público de alto poder aquisitivo, conta que a casa serve entre 600 e 700 pratos de macarrão por mês, menos de 10% do total produzido, incluindo na lista as entradas e as sobremesas. “O macarrão ainda ocupa um lugar tímido nos pedidos. O brasileiro ainda não tem cultura de pedir só um prato de massa, a não ser que não esteja com muita fome”, sustenta. Por outro lado, o chef e personal cook do bufê Tereza Cavalcanti, Eloi Moreira, afirma que o prato é o mais pedido em casamentos e festas de 15 anos, por todos os públicos. “A diferença está nos molhos. De cada 25 eventos que fazemos, servimos massas em 20 por causa da demanda dos clientes.”


Veículo: Estado de Minas


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