Industria do plástico prevê retração de até 15%

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Justificativa para o mau desempenho neste ano é a redução da atividade econômica verificada no país.


Com custos de produção mais altos e demanda em baixa, as indústrias de plástico em Minas Gerais terão um resultado negativo neste ano. A projeção, que já era de queda de 5% no faturamento frente 2011, passou a ser de até 15% após o aumento do preço das resinas termoplásticas, responsável por cerca de 60% do custo da produção. As estimativas são do vice-presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado de Minas Gerais (Simplast), Wagner Andrade.

A primeira justificativa para o mau desempenho do setor neste ano é a redução da atividade econômica verificada no país. A indústria do plástico, por atender a diferentes segmentos e depender diretamente do desempenho deles, acaba sendo um dos termômetros para a economia nacional e por isso sofre com esses contratempos.

Com o mercado desaquecido e a concorrência em alta, as empresas não puderam repassar o aumento do custo da produção integralmente, o que forçou o achatamento das margens. "Tem muita empresa que está amargando prejuízo. Com isso, os investimentos e nível de emprego do setor também estão em queda", ressalta.

Em Minas Gerais, o setor que demandou menor quantidade de plástico neste ano foi o da construção civil que, depois de apresentar reduções de lançamentos e vendas de imóveis, começa a retomar os negócios neste final do ano. Espera-se que o segmento da indústria do plástico que atende a essa área tenha uma queda de 15% no faturamento deste ano.

O segmento voltado para as embalagens vai ter o segundo maior tombo, com retração de 10%. Nesse caso, não só a redução da necessidade de embalagens em uma economia em desaquecimento pesou para o resultado negativo. A substituição das sacolas plásticas pelas compostáveis em várias praças importantes pesou significativamente no resultado e levou algumas empresas que atuam nesse segmento a migrarem para a produção de sacos de lixo.

Automotivo - Já a parte da indústria plástica que atende ao setor automotivo deve ter uma redução um pouco menor, entre 3% e 4%. Isso ocorre devido aos estímulos governamentais, com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos novos. Os impactos para os fornecedores de insumos para a cadeia não foram tão positivos quanto para as montadoras, porque muitas delas venderam veículos de estoque nos primeiros meses da medida. "Cada segmento da indústria do plástico tem um desempenho diferenciado, mas é fato que todas terão uma queda no faturamento", afirma Andrade.

Além dos resultados econômicos desfavoráveis do país, também colaboraram para a baixa na indústria do plástico o aumento do preço da matéria-prima. O polietileno de baixa densidade, o mais usado no setor, por exemplo, passou de R$ 4.449 a tonelada, na primeira quinzena de janeiro, para R$ 5.151 na primeira quinzena de outubro, um incremento de 15,7%.

A proprietária da Fazfort Indústria e Comércio Ltda, localizada em Contagem (RMBH), Clarissa Vaz, acredita que a empresa sofra uma redução no faturamento de 15% neste ano frente a 2011. Ela explica que, mesmo com a situação nada satisfatória, não tem como opção a redução de funcionários para o corte dos custos. "Profissionais qualificados é algo tão difícil no mercado que nem vale a pena dispensar os que já foram treinados", afirma.

O sócio-proprietário da Kjet Indústria e Comércio, sediada em Belo Horizonte, Munir Sadala, explica que a empresa conseguirá manter o mesmo faturamento do ano passado graças ao desempenho das vendas para o setor automotivo e aumento da base de clientes nesse setor.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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