A Procter & Gamble (P&G), maior fabricante de bens de consumo do mundo, apresentou crescimento orgânico, excluído o efeito cambial, de 28% no Brasil no primeiro trimestre fiscal, terminado em setembro, em relação ao mesmo período do ano passado. No mundo, o crescimento orgânico somou apenas 2%, e as vendas líquidas recuaram 4%, para US$ 20,7 bilhões. A concorrente Unilever mostrou expansão de dois dígitos no Brasil.
O país puxou o avanço de 7% nos mercados em desenvolvimento da P&G e registrou a maior alta nas vendas entre os países que compõem o Bric. Na Índia, as vendas expandiram 25%. Rússia e China tiveram avanços mais modestos, de 8% e 7%, respectivamente.
O diretor financeiro global da P&G, Jon Moeller, disse ontem, em teleconferência com analistas, que a companhia viu uma leve desaceleração nesses mercados, nos últimos quatro a cinco meses. "Esperamos que os planos de inovação e de marketing em vigor vão ajudar a acelerar o aumento de participação de mercado e de vendas, apesar do menor crescimento do mercado", disse. A P&G projeta aumento de 9% nas vendas nos países em desenvolvimento no ano fiscal.
As vendas da Procter & Gamble estão menos concentradas em mercados em desenvolvimento do que a maioria de seus concorrentes. Enquanto 38% dos negócios da P&G são proveniente desses países, na Unilever o índice é de 56%.
Moeller citou o lançamento recente no Brasil das fitas branqueadoras para os dentes Oral-B Whitestrips. Segundo ele, a Oral-B, marca de escova de dente, alcançou uma participação de mercado em pasta de dente de 7,5% em valor - no ano anterior era de 2,5%.
As vendas globais da Unilever cresceram 10,3%, para € 13,4 bilhões, no terceiro trimestre, em comparação ao mesmo período de 2011. Descontados os efeitos de câmbio, aquisições e venda de ativos, o avanço foi de 5,9%. Com uma venda bruta 12,1% superior no período, os mercados emergentes puxaram o crescimento.
A operação brasileira da Unilever avançou "dois dígitos" no terceiro trimestre terminado em setembro. A alta foi liderada pelo crescimento no volume de vendas na região, com destaque para as categorias de cuidados com o cabelo, desodorantes e molhos. As vendas na América Latina cresceram 13,7%, com um aumento de preços de 5,8%.
O diretor financeiro da Unilever, Jean-Marc Huet, disse que a linha de cuidados com o cabelo Tresemmé, lançada no Brasil em novembro de 2011, atingiu 7% do mercado. A marca deve alcançar receita de € 150 milhões no país neste ano. "Mas uma parte disso, claro, vai canibalizar outras marcas da Unilever", disse o diretor de relações com investidores, James Allison. O relançamento do sabão em pó Omo Multiação também ajudou a impulsionar o crescimento no país.
Veículo: Valor Econômico