Com crescimento atual na casa dos 40% este ano, em relação aos negócios do ano passado, a terceira maior agência de publicidade do Brasil, WMcCann -criada há dois anos, depois da fusão da W/Brasil (de Washington Olivetto) com a McCann-, comemora investimentos de R$ 2,26 bilhões em mídia em 2012 e afirma estar de olho nos eventos internacionais do calendário esportivo que chegam ao Brasil a partir de 2013. O cenário pode, aliás, acelerar a tendência de convergência de mídias no mercado interno, estimuladas pelo aumento de capital no País, e por mudanças no comportamento dos brasileiros.
Sobre o boom do setor publicitário brasileiro, Martín Montoya, presidente da WMcCann, comentou que a "indústria de publicidade, particularmente, viverá um bom momento". Para ele, o setor deverá aproveitar o período para levar mais a sério algumas áreas: "Existem algumas coisas que já vêm fazendo parte do discurso e nem sempre se confirmam. Uma delas é a capacidade de integrar realmente as mídias, ou seja, criar conceitualmente ideias que possam conviver no mundo analógico e digital", afirmou ele, ao DCI.
Nos próximos anos, mais do que a injeção de capital no setor publicitário, que tende a acontecer porque muitas empresas estarão interessadas em associar as suas marcas a eventos como a Copa das Confederações, a Copa do Mundo (2014) e a Olimpíada (2016), a indústria da publicidade terá a oportunidade de intensificar este processo de evolução. Para tanto, os players devem pensar publicidade nas mídias analógicas, como a televisão e rádio, junto coma das mídias digitais como o Facebook, YouTube e Twitter.
"Em períodos de maior injeção de capitais o mercado publicitário deve rentabilizar ganhos, mas, acima de tudo, precisa aproveitar o momento para investir no futuro", comentou Montoya. Nesta perspectiva, a comunicação das mídias de massa tradicionais com novos canais que surgiram nos últimos anos - e devem se multiplicar com o aumento do acesso da tecnologia no cotidiano dos brasileiros - precisam ter um sentido mais amplo.
Outras frentes
Os jogos esportivos mundiais que chegarão ao País a partir do ano que vem também significarão novas oportunidades para as companhias se posicionarem perante seus públicos. Assim, a inclinação no setor será das operações somarem esforços para associar suas marca aos esportes e a superação dos atletas. "O fato de grandes eventos esportivos acontecerem no Brasil vai estimular muito todas as áreas da indústria de comunicação. Até porque os investimentos internos e a entrada de capitais de fora sempre ajudam a economia", disse o executivo.
Outro fator muito relevante para o mercado publicitário é a ascensão social vivenciada no Brasil na última década. "Em um País onde nos últimos anos 40 milhões de pessoas entraram para a classe C e agora estão começando a ter um poder aquisitivo maior, o estímulo continuado da economia intensifica o acesso aos bens de consumo. Mas, independentemente de haver crescimento do setor de publicidade e marketing, acho que esses aportes que chegam com os jogos são importantes porque dão musculatura a essa nova classe média", destacou Montoya.
Mercado
Terceiro maior player do segmento, atrás apenas da Young & Rubicam (Y&R) e da AlmapBBDO, a WMcCann já obteve crescimento de 39% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado mostra a consolidação da companhia no setor. Monica Charoux, diretora de Comunicação Corporativa da WMcCann para Brasil e América Latina, comentou os principais ganhos alcançados com a criação da nova empresa há dois anos: "A W/Brasil injetou brasilidade na McCann e a McCann injetou a questão da internacionalidade na W/Brasil".
Seguindo essa linha, Montoya completou que o produto criativo realmente melhorou muito. Para ele, quando se comparam as campanhas da McCann de antes da fusão e depois é possível ver que elas melhoraram muito, com a influência da W/Brasil. Por outro lado, o produto criativo W/Brasil também passou a ter mais expressão quando a companhia teve a oportunidade de trabalhar com clientes globais que já eram atendidos pela WcCann.
Hoje, a agência faz parte do grupo Internacional Interpublic Group (IPG), que contabiliza ainda a rede McCann Erickson Worldgroup, presente em 120 países. No Brasil a WMcCann conta com 500 funcionários.
A empresa foi o maior destaque entre seus pares do setor publicitário no PrêmioDCI: As Empresas mais Admiradas do Ano. A premiação, que agora completa 10 anos, indicou os principais players de 31 setores da economia brasileira. Cerca de 5 mil empresários e economistas foram consultados na votação, que também contou com participação de internautas.
Veículo: DCI