Desaceleração em BRMalls chama atenção de analistas

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Não é de hoje que os controladores de shoppings no país têm apresentado alguns indicadores abaixo da média verificada há dois ou três anos, período de bons resultados no setor. Os sinais, sempre discretos, mostravam leve desaceleração em certos índices nos últimos trimestres - algo que não era considerado preocupante na visão das companhias.

Mas na semana passada, após publicação de dois resultados fracos da BRMalls, divulgados na terça-feira, essa desaceleração fez as maiores empresas do segmento perderem valor na bolsa. E as atenções para esse mercado cresceram.

As vendas de lojas da BRMalls, a maior operadora de shoppings do país, abertas há mais de 12 meses (o critério "mesmas lojas") e a receita com aluguéis (de unidades em funcionamento há mais de um ano) diminuíram o ritmo de crescimento no terceiro trimestre.

"O crescimento das vendas no conceito 'mesmas lojas' [de BRMalls] no terceiro trimestre foi o menor desde 2010", informou o banco Credit Suisse, em relatório. "A prévia veio um pouco fraca, principalmente as vendas 'mesmas lojas'", disse Guilherme Assis, analista do Raymond James. A companhia registrou alta de 6,2% nas vendas ("mesmas lojas"), com desaceleração em relação à taxa de 8,3% obtida entre julho e setembro de 2011. A receita com aluguéis ("mesmas lojas") subiu 9% frente ao aumento de 14,3% registrado um ano antes.

Desde o fim de 2011, os indicadores que têm mostrado perda de ritmo no setor são vendas "mesmas lojas" e a receita com aluguel (calculado com base na receita de vendas dos clientes). Além disso, no primeiro trimestre do ano a maior parte das empresas de capital aberto do setor de shoppings registrou aumento no índice de atrasos no pagamento do aluguel.

Quase todas as companhias abertas (a exceção foi Sonae Sierra) fecharam com ações em queda na quarta-feira passada, dia em que os papéis sentiram o "efeito BRMalls", após a divulgação da prévia dos seus dados. Na BRMalls, a desaceleração das vendas "mesmas lojas" no terceiro trimestre "mostra uma tendência de queda que nos mantêm cautelosos", disse o Credit Suisse, em relatório. Aliansce, BRMalls, Iguatemi e Multiplan acumularam queda no preços de suas ações na semana passada. Sonae Sierra e General Shopping apuraram leve alta e tímida queda, respectivamente. Na sexta-feira, General Shopping subiu 0,46%, Aliansce, 1,49% e Iguatemi, 1,02%. Já Multiplan, Sonae Sierra e BRMalls caíram 0,22%, 0,12%, 0,85%.

Será preciso esperar os números do terceiro trimestre para checar se houve tropeço em vendas e receita com aluguel. Henrique Guerra, no comando da Aliansce, disse recentemente que não acreditava numa perda na velocidade de vendas. Suas vendas nesse critério cresceram 10,4% de julho a setembro. No segundo trimestre o aumento foi de 10,1%. Portanto, os números gerais ainda são sólidos. Mas a atenção e a cautela devem crescer a partir de agora.



Veículo: Valor Econômico


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