Os preços internacionais do açúcar seguiram em baixa em outubro, estendendo as perdas dos últimos meses. Se em setembro as cotações futuras do açúcar bruto da ICE Futures US (Bolsa de Nova York) haviam recuado pouco mais de 1,3% na comparação com os patamares de agosto, a retração em outubro foi mais acentuada: 4,5%. Os contratos com entrega em março/2013 encerraram outubro a 19,46 centavos de dólar por libra-peso, ante os 19,46 cents/libra no fechamento de setembro.
Como nos últimos meses, o superávit global de oferta previsto para 2012/13 derrubou as cotações da commodity, que perderam o suporte dos 20 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York. Se confirmado o excedente, o ano de 2013 será o terceiro consecutivo no qual a demanda será menor do que a oferta disponível. Segundo relatório de agosto da Organização Internacional do Açúcar (OIA), a produção mundial de açúcar vai superar a demanda em 5,9 milhões de toneladas na temporada 2012/13 (out-set).
O analista de Safras & Mercado Maurício Muruci ilustra que, em plena época de Halloween, "o mercado internacional de açúcar parece ter comprado a ideia de que "a bruxa anda solta". Em Nova York, mesmo com o furacão Sandy provocando caos na cidade, fechando Wall Street, as cotações do açúcar não tiveram força para uma recuperação, o que seria possível já que a liquidez foi bem baixa na ICE Futures US.
Para Muruci, essa morosidade foi explicada pelas incertezas dos investidores sobre a viabilidade de entrarem no mercado em um momento assim. Isso porque os prejuízos do furacão para a economia trazem dúvidas e hesitações, exatamente em um cenário de desaceleração da demanda global de açúcar, junto a conseqüente ampliação dos estoques.
De maneira geral, antes mesmo do furacão, o mercado não se mostrava otimista com os fundamentos para operar açúcar. A ocorrência do fenômeno climático agravou ainda mais a percepção de fundos e especuladores, que ajudam a dar liquidez ao mercado.
Veículo: Diário do Comércio - MG