As vendas no varejo dos Estados Unidos caíram 0,3% em outubro ante setembro, para o valor sazonalmente ajustado de US$ 411,59 bilhões, segundo informou na quarta-feira o Departamento do Comércio. A retração foi maior do que a esperada pelos economistas ouvidos pela "Dow Jones", que previam queda de 0,2%. Em relação a outubro do ano passado, as vendas subiram 3,8%.
Excluindo o setor de automóveis e gasolina, as vendas no varejo caíram 0,3% na variação mensal, quando a estimativa era de alta de 0,2%. Excluindo só automóveis, as vendas ficaram estáveis.
A queda nas vendas no varejo em outubro é resultado da passagem do furacão Sandy pela Costa Leste dos EUA na última semana daquele mês. Segundo o Departamento do Comércio, a supertempestade teve efeitos positivos e negativos.
Algumas lojas reportaram queda nas vendas porque a Sandy as forçou a fechar temporária ou permanentemente, ou simplesmente em função da queda no número de clientes. Mas outras varejistas registraram altas nas vendas, com os consumidores estocando produtos para casos de emergência, como gasolina e alimentos.
As vendas em lojas de material de construção e equipamentos de jardinagem caíram 1,9% em outubro ante setembro, enquanto as vendas de automóveis e autopeças recuaram 1,5%, a maior retração em mais de um ano. Já as vendas em postos de gasolina subiram 1,4%, enquanto as vendas de alimentos e bebidas avançaram 0,8%.
Os números para novembro e os próximos meses podem mostrar uma alta nas vendas no varejo, já que as pessoas afetadas pelo furacão provavelmente terão de comprar novos produtos para suas casas, além de alimentos e roupas.
Atacado - Os preços no atacado nos Estados Unidos caíram em outubro pela primeira vez em cinco meses após os custos da gasolina e dos carros novos recuarem ao longo do último mês.
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês), que mede os preços pagos na indústria e atacado por bens finais, caiu -0,2% em bases sazonalmente ajustadas em outubro na comparação com setembro, informou na quarta-feira o Departamento do Trabalho. Economistas consultados pela "Dow Jones" estimavam uma alta de 0,2% no PPI em outubro.
Os preços de energia, que caíram 0,5% em outubro após registrarem ganhos significativos nos dois meses anteriores, contribuíram para a primeira queda geral no índice desde maio. Os custos da gasolina no atacado recuaram 2,2% no mês, neutralizando a alta de 0,4% nos preços de alimentos no atacado.
Em outubro, os preços de alimentos acumularam cinco meses seguidos de alta no atacado. Os preços dos carros novos também caíram acentuadamente no último mês, recuando 1,6%. Em contrapartida, os preços de matérias primas subiram 0,9% em outubro.
Segundo o Departamento do Comércio, a supertempestade Sandy "não teve virtualmente qualquer impacto" sobre a apuração dos dados para o índice de outubro.
O núcleo do PPI, que exclui preços de energia e alimentos, também caiu -0,2% em outubro. Foi a primeira queda em bases mensais no núcleo do PPI desde novembro de 2010. A estimativa de economistas era de alta de 0,1% em outubro.
A taxa anualizada da inflação no atacado nos Estados Unidos até outubro acumula alta de 2,5%, o maior nível desde março, e reflete parcialmente os custos de energia em agosto e setembro. O núcleo do PPI acumula alta de 2,1% em 12 meses até outubro.
Veículo: Diário do Comércio - MG