A queda na produção dos setores de mineração e siderurgia, em virtude do desaquecimento econômico, impactou o setor de transporte de cargas em Minas Gerais. Na Tora Logística, sediada em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foi verificada retração no nível médio das operações, de acordo com o presidente, Paulo Sérgio Ribeiro. Por isso, ele espera crescer entre 18% e 20% este ano, na comparação com 2007, ante estimativa inicial de 30%.
Ribeiro informou que o desempenho só será alcançado porque os meses que antecederam a crise foram muito positivos, com média de crescimento de 30%. "A redução acentuada ocorreu a partir de outubro, principalmente devido à queda na atividade das siderúrgicas, que respondem pela maior parte dos nossos negócios", afirmou.
Conforme Ribeiro, boa parte dos 839 veículos da empresa está parada. "As manutenções preventivas foram adiantadas", disse. Segundo ele, como forma de minimizar os reflexos da crise, funcionários com férias vencidas já estão em casa e o banco de horas está sendo usado.
A queda na demanda pelo aço nos principais mercados resultou em paralisação e ajustes na produção de grandes companhias de mineração e siderurgia. Ribeiro disse que não há muito o que fazer, já que houve uma redução generalizada na demanda. "Ainda é cedo para falar em 2009, mas a expectativa é de impactos maiores. A torcida é para que a crise não seja tão longa", avaliou.
Crescimento - Mesmo com o cenário negativo nos últimos meses deste ano, a expectativa é de que o setor mantenha a previsão de crescer 15% em 2008, ante o exercício passado. A justificava é que os nove primeiros meses foram de crescimento acentuado, o que deve garantir números positivos.
Conforme estimativas do presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de Minas Gerais (Setcemg), Ulisses Martins Cruz, a retração no nível da atividade chegou a 30% em novembro na comparação com o mesmo período do ano passado.
Segundo Martins, com a retração do mercado, os clientes já pressionam por redução nos valores de fretes praticados em Minas. Para as transportadoras que atuam no ramo siderúrgico a queda registrada em novembro foi de 30%. Já para cargas fracionadas a redução foi de 23%, mas há tendência de recuperação devido ao Natal.
Conforme o presidente do Setcemg, as empresas impactadas pela crise já concedem férias coletivas para os funcionários. "No primeiro momento não deverá haver demissões no setor", informou. Apesar disso, caso o cenário permaneça, poderá haver corte de empregos no Estado.
Veículo: Diário do Comércio - MG