À espera de preços melhores, as negociações vêm sendo fechadas apenas quando há necessidade .
Das 35,5 milhões de sacas de 60 quilos de café arábica estimadas no quarto e último relatório da Companhia Nacional de Abastecimetno (Conab) referente à safra 2008/09, divulgado na última segunda-feira, a comercialização desta variedade ultrapassa 55% na média das principais regiões produtoras, segundo agentes de mercado.
O volume total estimado pela Conab, de 46 milhões de sacas de 60 kg (arábica e robusta), é pouco acima da previsão de setembro (45,85 milhões de sacas) e 27,5% maior que o produzido na temporada 2007/08, devido sobretudo à bienalidade positiva da cultura e aos bons tratos culturais nas lavouras. Quanto aos preços, o Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 bebida dura para melhor fechou em R$ 266,54/sc de 60 kg, estável em relação ao dia anterior.
Segundo agentes, a oscilação do mercado tem limitado o fechamento de negócios no físico em todas as praças de comercialização. Além disso, a retração vendedora e a escassez de recursos financeiros reduzem a liquidez. De modo geral, produtores negociam apenas em momentos de maior necessidade, no aguardo de cotações melhores.
Audiência - As políticas públicas de apoio à cafeicultura foram apresentadas em audiência pública, na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, na Câmara dos Deputados, ontem, em Brasília. Hoje, 50 países produzem café no mundo, o que representa 131 milhões de sacas. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial, sendo responsável por 46 milhões de sacas. Ao todo, 14 estados produzem café em 1900 municípios, o que equivale a 300 mil propriedades.
O consumo interno do produto cresce, em média, 5,7% ao ano, índice considerado quatro vezes superior ao apresentado no mundo. Em 1991, o brasileiro consumiu 8, 5 milhões de sacas de café e, em 2008, a estimativa é de 18 milhões de sacas.
O diretor do Departamento do Café, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Lucas Tadeu Ferreira, explicou as ações do Conselho Deliberativo da Política do Café, que apóia políticas para o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Ferreira esclareceu que, neste ano, o orçamento previsto é de R$ 2,3 bilhões. Até agora, R$ 1,8 bilhão já foi repassado aos bancos.
"Em relação às linhas de financiamento, podemos destacar a estocagem, com recursos ampliados de R$ 898 milhões para 1,2 bilhão, medida que está sendo apreciada pelo Ministério da Fazenda", informou. (Agência CNA)
Veículo: Diário do Comércio - MG