Laboratório de genéricos está no radar de multinacionais

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Laboratório paranaense cresce acima dos20% e usa medicamentos fracionados para entrar nas farmácias



A Prati-Donaduzzi, laboratório farmacêutico especializado na produção de medicamentos genéricos e similares, comemora hoje 19 anos. Apesar disso, os executivos da companhia não vão ter muito tempo para festa. Ainda essa semana, terá início as obras para a construção de uma nova fábrica de medicamentos, na cidade de Toledo, no Paraná, que ajudará a expandir sua capacidade produtiva em 50%. “Já estamos quase no limite ”, afirmou, ao BRASIL ECONÔMICO, Luiz Donaduzzi, presidente da Prati.

A nova unidade, que deve ficar pronta no segundo semestre de 2014, receberá investimentos de R$ 100 milhões e vai ajudar a Prati a atender a demanda crescente das redes de farmácia e hospitais. “Durante esse ano, passamos por uma etapa de consolidação, terminando com a marca bem mais conhecida e com maior credibilidade”, diz Donaduzzi.

Além da construção dessa unidade, a fábrica atual passará por umprocesso de modernização, o que deve possibilitar um aumento de 20% na produção já no que vem. Em 2012, serão produzidas 10 bilhões de doses terapêuticas. Com a empresa registrando índices anuais de crescimento acima dos 20% nos últimos anos e o setor de medicamentos brasileiros atraindo cada vez mais interesse de investidores estrangeiros, é natural que o laboratório entre no radar de algumas multinacionais. “Somos muito assediados. O preço que eles oferecem até é alto, mas nós não estamos à venda”, diz Donaduzzi. “Nessa fase da vida, não faz sentido eu querer mudar de atividade profissional.”

Estratégia
Boa parte do crescimento da Prati está baseada emuma estratégia adotada pela companhia há pouco tempo. No passado, o foco do laboratório era atender o setor público, com vendas para abastecer os hospitais de todas as esferas do governo. Ainda hoje, essas vendas ocupam a maior parte do faturamento.

A presença nas farmácias, porém, tem aumentado — o que ajuda bastante na rentabilidade da empresa. “Em alguns casos, o governo paga preços muito defasados”, diz Donaduzzi. Para facilitar a entrada emalgumas farmácias, a Prati resolveu atacar um nicho de mercado que vinha sendo ignorado pelas grandes concorrentes: o de medicamentos em embalagens fracionadas.

Esse tipo de remédio não precisa ser comprado em caixas fechadas, gerando uma economia para o consumidor. Assim, ele pode comprar apenas a quantidade exata de remédios que foi receitada pelo médico. “Para a maior parte dos concorrentes não compensa investir nesse segmento, por conta dos custos. Como nós já fazíamos fracionados para os hospitais, resolvemos que essa seria uma boa forma de entrada nas farmácias”, afirma Donaduzzi.

Segundo ele, o fato de ter fracionados serviu como porta de entrada para o portfólio da Prati em determinadas redes. Como resultado dos investimentos, a empresa fechou o mês de outubro com market share de 2,64%, segundo dados da consultoria IMS Health, especializada no mercado de saúde. Hoje, a Prati produz mais de 160 apresentações diferentes (um mesmo princípio ativo pode ter diversas apresentações), incluindo genéricos de medicamentos famosos, como Luftal, Nebacetin e Rivotril.

Outros 40 remédios estão em fase de pesquisas nos laboratórios da Prati e alguns deles devem chegar às prateleiras das farmácias no próximo ano. “O foco são as moléculas que tenham maior valor agregado, mas não estamos planejando entrar no ramo de biossimilares. Essa área requer muito investimento.


Veículo: Brasil Econômico


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