Expansão do varejo perderá força em 2013 e deve atingir 4%

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Crescimento moderado e em linha com o Produto Interno Bruto (PIB) estimado para 4% em 2013 ou R$ 4,8 trilhões: assim será o próximo ano ao setor varejista. Mesmo tendo este ano como positivo com índices de fechamento acima de 5% em diversos segmentos, muitas entidades ao longo dos últimos 11 meses, reviram mais de uma vez suas projeções, pois não foi tudo aquilo que imaginavam.

Dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) divulgados ontem apontam que todos os segmentos do comércio brasileiro, somados, apontaram crescimento entre 4% e 4,5% neste ano, índice abaixo dos 5,5% previsto no início de 2012. Segundo Fábio Pina, assessor econômico da entidade, fatores econômicos internacionais foram os impulsionadores do desempenho - crescente, mas menor.

"A crise europeia mais acentuada este ano, o mercado brasileiro mais sensível ao menor desempenho global, a indústria que não cresceu como era necessária foram os principais impulsionadores de um 2012, crescente, mas enxuto ao varejo", disse ao DCI.

Mesmo com o desempenho desacelarado para 2013, o setor pode atingir um faturamento muito maior do que os outros ano. A Fecomércio-SP estima que, pela primeira vez, esse montante possa ultrapassar R$ 1,5 trilhão. Ainda segundo o especialista no setor, os segmentos que melhor operaram ao longos dos últimos meses foram: higiene e beleza, o os supermercados. "Esse desempenho mais aquecido desses setores deveu-se a já tão mencionada classe C. Esse movimento ainda será visto em 2013", enfatizou o especialista.

Entre os setores que não conseguiram operar tão positivamente, estão: construção civil, automóveis - que tiveram momentos sazonais de boas vendas - e maior destaque para as lojas de departamento, que segundo Pina não estão bem situadas no setor varejista. "As lojas de departamento ainda não têm um papel definido, e para o futuro, pode ser que continuem assim", explicou.

A Fecomércio-SP estima que o faturamento do comércio paulista feche o ano com faturamento de R$ 429,1 bilhões, resultado esse, superior aos R$ 378,9 bilhões assinalados em 2011. Desse montante, o comércio da região metropolitana deve representar R$ 163,5 bilhões. Em 2011, a soma foi de R$ 147,7 bilhões só na Grande São Paulo.

Outro fato que deve ser levado em conta é o índice crescente da inadimplência do consumidor. O maior endividamento das famílias, faz com que o comércio de bens duráveis seja comprometido, mesmo com o crescimento da renda.

Supermercados

Diferente do que é visto no setor automotivo que este ano, o crescimento deixou a desejar, desde janeiro de 2012, os empresários do setor supermercadista só têm o que comemorar. Dados apurados pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) apontam que o balanço do ano será positivo e com crescimento de 6%, podendo ser maior.

Anteriormente, a entidade estimava que o segmento crescesse em torno de 4%, mas em setembro, após os índices de vendas saltarem, a entidade reviu o indicador para cima, e segundo o presidente da Apas, João Galassi, com expectativa de fechar 2012 um pouco acima dos 6%.

Na opinião de Rodrigo Mariano, gerente do departamento de economia e pesquisa da Apas, é esperado um 2013 tão positivo quanto foi esse ano, mas a política de basear o crescimento do PIB só com o consumo, não perdurará por mais três anos no País. "Acreditamos que esse modelo ainda segure o crescimento, mesmo que mais lento no próximo ano, mas o governo tem que colocar em suas agenda medidas como: incentivos ao investimento produtivo, infraestrutura, educação entre outras medidas", explicou.

Para este ano, só o setor de supermercados, hipermercados, mercearias, hortifrútis e atacados devem faturar R$ 248 bilhões, dos quais, cerca de R$ 73 bilhões só em São Paulo.

O otimismo da Apas é tanto que, Galassi arrisca afirmar que ficará um pouco a mais do valor mencionado. "Acho que dá para arriscar um faturamento de R$ 74 bilhões em São Paulo", concluiu.

Lojistas

A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDL-SP) estima que 2013 o setor fecho no mesmo patamar deste ano, com crescimento na casa dos 6%. Após um período em que a entidade chegou a reduzir esse índice para 3%, Maurício Stainoff, presidente da FCDL-SP, afirmou que o dado é abaixo do esperado. "Nós, lojistas, somos sempre otimistas. A expectativa era de crescimento em 10% este ano", disse. O fato gerador desse moderado crescimento, diz o especialista, foi a insegurança do consumidor com a economia global.



Veículo: DCI


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