Ceia de Natal fica com preços estáveis

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O Natal dos consumidores do Grande ABC não terá grandes mudanças quando o assunto é comprar os itens típicos da época para preparar uma bela ceia em casa. Em média, o valor da cesta de alimentos sazonais apresenta variação de 1% em relação ao ano passado, saltando de R$ 257,77 para R$ 260,45.

O valor considera 14 itens, escolhidos pela equipe do Diário, na pesquisa de Natal da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). Entre eles estão panetone, chocotone, sidra, pernil, frutas secas, peru e picanha - para aqueles que nunca dispensam um bom churrasco. O levantamento conta com preços apurados em 15 supermercados espalhados por Santo André, São Caetano, São Bernardo, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires. A Craisa deixou de lado os estabelecimentos de Rio Grande da Serra.

Se o preço da cesta com os 14 itens de 2011 for corrigido com a inflação medida pelo IPC-Fipe (Índice de Preços aos consumidores - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que acumulou alta de 4,93% em 12 meses encerrados em novembro, custaria hoje R$ 270, e não, R$ 260,45. Portanto, a dona de casa da região poderá encontrar os produtos com queda real média de 3,7% em relação ao ano passado.

O IPC-Fipe é o indicador que mais se aproxima à variação média de valores das famílias do Grande ABC, pois aponta os preços na Capital. Atualmente, não há um medidor de inflação para as sete cidades.

CARNES - Todas as carnes apresentaram aumento nos custos aos consumidores e, em maioria, superiores aos demais itens. O quilo do tender é o mais caro: vendido a R$ 41,69. Em seguida está o pernil temperado, cujo quilo custa R$ 12,35. Os dois cortes suínos tiveram inflação anual de, respectivamente, 25,7% e 23%.

As aves acompanharam esse movimento. Na média, com base na pesqusa da Craisa, o chester ficou 19% mais caro do que no ano passado e o peru, 15%.

O economista do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) André Braz destacou que um dos motivos para que as carnes tivessem mais gordura em suas inflações foi a seca, que devastou a oferta de milho e soja dos Estados Unidos neste ano.

Segundo Braz, os produtores brasileiros enfrentaram aumentos expressivos de preços nas rações, compostas muitas vezes por milho e soja, por causa da seca norte-americana. E o resultado está nítido ao consumidor nos cortes sazonais de Natal.

Por outro lado, quem pretende direcionar o dinheiro para comer pescado não encontrará muita diferença em relação ao ano passado. O quilo do bacalhau Porto, por exemplo, está com valor médio de R$ 39,54, alta de 0,14%, frente aos R$ 39,49 cobrados em 2011.

BEBIDAS - Entre as bebidas típicas, o espumante e a sidra tiveram aumento nos preços. O espumante passou de R$ 6,24 (em 2011) para R$ 7,44 (neste ano). Já a sidra, que era vendida a R$ 6,02, é comercializada hoje a R$ 6,59.

Quem gosta de castanhas e frutas secas poderá levar mais do produto para casa. Neste ano, por exemplo, o quilo da noz custa R$ 21,10 (vendida a R$ 24,72 em 2011) e o quilo da castanha-do-pará sai por R$ 14,89 (no ano passado era comercializado por R$ 20,56). O mesmo acontece com as ameixas secas.

A uva passa vai na contramão. O quilo do tipo branca sem caroço é comercializada a R$ 21,38, 29,46% mais cara do que no fim de ano de 2011 (R$ 16,51).

PANETONES - Braz disse que os panetones também estão com inflação, em relação ao ano passado, um pouco maior do que a encontrada em outros itens.

Ele explicou que essa possibilidade é justificada pela seca que prejudicou a produção de trigo na Rússia neste ano, país considerado como uma das maiores potências em cultivo do grão. E justamente por isso a farinha, utilizada na produção das iguarias natalinas no Brasil, teve encarecimento superior ao comum visto em outros anos.

Porém, com base na pesquisa da Craisa nos 15 supermercados da região, o consumidor não encontrará tanta inflação, tendo em vista que a maior, no caso dos chocotones, está em 4,5%. Para esses pães com maior peso, de 750 gramas e um quilo, a companhia encontrou deflação de até 5% sobre 2011. Mas caberá ao consumidor pesquisar, pois é possível encontrar diferença de valores dos panetones de até 40% entre os estabelecimentos.

 

Tributos representam até 59% do valor de itens de fim de ano

Quem pensa que passará ileso pela mordida do Leão no fim do ano está enganado. Bebidas, presentes e alimentos típicos da data são compostos por altos índices de impostos. O destaque é para o espumante, com carga tributária de 59,49%. O preço do gostoso panetone é composto por 34,63% de impostos. Os dados são do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).

Do valor do chester, peru ou pernil, 29,32% são tributos; no bacalhau importado, a carga é de 43,78%, e nas nozes, de 36,45%.

Nem a decoração está livre dos impostos: a carga tributária da árvore de Natal é de 39,23%, os enfeites carregam tributação de 48,02% e o presépio, 35,93%.

Para o presidente do instituto, João Eloi Olenike, a elevada carga dos produtos de fim de ano “restringe o consumo brasileiro, desde a escolha do presente até os itens que compõem a ceia”.

Entre as sugestões de presentes está o aparelho de MP3 ou iPod, com 49,45% de impostos – quase a metade do valor do produto. No preço da bicicleta, 45,93% são tributos, nos brinquedos, 39,70%.


Veículo: Diário do Grande ABC - SP


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