Empresários e entidades que representam a panificação em Minas Gerais se reuniram ontem para discutir o futuro do setor. O encontro faz parte do projeto Visão de Futuro para as Padarias de Belo Horizonte desenvolvido pelo Sindicato e Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão) em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG) e com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
O presidente da Amipão, José Batista de Oliveira, explicou que dentro desse projeto foi contratada uma consultoria que, junto com as entidades, realizou uma pesquisa no mercado mundial para mapear diversas possibilidades de negócios ao redor do mundo. "Nosso objetivo é identificar quais deles podem servir de modelo para as padarias de Minas Gerais e aplicá-los aqui", disse. "Temos que pensar no futuro com a cabeça nele. A dinâmica do mundo muda muito rapidamente", completou.
Para ele, o modelo de negócios que mais se enquadra ao cenário de Belo Horizonte foi encontrado no estado norte-americano da Califórnia. "Nesse modelo, a padaria dá sustentação para uma ampla área de alimentação, com almoço, lanche, café da manhã, happy hour, tudo isso usando o pão como base. Assim, eles agregam valor ao pão e têm um faturamento maior em cima dos produtos que a própria padaria fabrica", explicou.
O próximo passo, de acordo com Batista de Oliveira, é aprofundar as discussões em cima dos modelos de negócios que foram apresentados ontem para depois traçar as ações que serão desenvolvidas. "O setor de panificação tem uma preocupação muito grande com as padarias estarem inovando sempre e, assim, conseguindo se sustentar economicamente", observou. As ações que forem definidas dentro do projeto serão apresentadas aos empresários em fevereiro do próximo ano, quando terá início a etapa de implantação dessas ações.
A gerente de atendimento coletivo da indústria do Sebrae-MG, Marise Xavier Brandão, lembrou que o setor de panificação na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) soma cerca de 1,2 mil empresas das quais a grande maioria são microempresas e empresas de pequeno porte. "Dentro desse cenário, nós procuramos quais são os modelos em outros países que podem ser enquadrados nessas empresas e apresentamos aos empresários", explicou.
Mudanças - Ela destacou ainda que o setor de panificação está passando por mudanças constantes e que muitos países já passaram por esse processo. "Na Califórnia, por exemplo, o pão industrial, por muito tempo, predominou no mercado devido à sua praticidade. No entanto, hoje o pão artesanal voltou à liderança, pois as pessoas estão buscando maior qualidade de vida, mas é preciso agregar valor a ele. isso que queremos mostrar aos panificadores mineiros", afirmou.
Marise Xavier Brandão também ressaltou que as entidades como a Amipão, o Sebrae-MG e a Fiemg podem somente estimular a decisão final do empresário. " preciso que os empresários se sensibilizem para aderir ao projeto. Pois a decisão de investir ou não é deles", conclui.
Veículo: Diário do Comércio - MG