Produtores de tomate reduziram a área para o cultivo

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A produção de tomate no Estado será 17% inferior em 2012, com volume estimado em 410 mil/t


Os preços baixos praticados no mercado ao longo de 2011 desestimularam parte dos produtores de tomate de Minas Gerais, que em 2012 optaram pela redução da área ocupada. Com o menor espaço, a produção também ficou inferior e os preços voltaram a ser lucrativos. De acordo com os dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), atualmente a caixa de 23 quilos do tomate é negociado no campo, em média, a R$ 38, enquanto os custos de produção giram em torno de R$ 18.

A estimativa, para Minas Gerais, é que a área ocupada pela cultura do tomate em 2012 fique 13% menor que a utilizada em 2011, com 6,58 mil hectares, frente aos 7,3 mil hectares destinados anteriormente.

A produção será 17% inferior, com volume estimado em 410 mil toneladas. A produtividade também ficou menor em 2012, o rendimento médio por hectare é de 62,3 toneladas, redução próxima a 4%. Minas Gerais é o terceiro maior produtor de tomate do país, com representatividade de 12,21%, atrás apenas de Goiás e São Paulo.

De acordo com o engenheiro agrônomo e extensionista da Emater-MG, unidade Araguari, no Triângulo, José Ernani Pereira, as condições climáticas atuais são favoráveis para o desenvolvimento do tomate, que é cultivado ao longo de todo o ano.

"Até o momento as chuvas registradas na principal região produtora foram espaçadas, o que favoreceu o desenvolvimento correto das plantas. Para os próximos meses, com o aumento das precipitações, é provável que a oferta e a qualidade do produto fiquem menores, já que a umidade favorece o aparecimento de doenças e compromete o desenvolvimento do tomate, que é bem sensível às mudanças climáticas", disse.

O município de Araguari é o principal produtor de tomate do Estado. De acordo com os dados da Emater a área destinada à cultura entre janeiro e dezembro deste ano deve variar entre 400 e 500 hectares. A produção esperada oscila entre 42 mil toneladas e 50 mil toneladas, dependendo das condições climáticas.

"Como o tomate é cultivado ao longo de todo o ano, os investimentos na cultura são projetados de acordo com a demanda. No segundo semestre, percebemos que a demanda foi maior que a oferta, o que vem sustentando os preços", disse Pereira.

De acordo com a Emater-MG, ao longo do ano os preços do tomate variaram entre R$ 25 e R$ 50, dependendo da época e da qualidade. Na média estadual o valor da caixa de 23 quilos ficou em R$ 38. O maior preço foi registrado no meio do ano, quando as chuvas prejudicaram a produção e reduziram significativamente a oferta. Os custos com a produção giram em torno de R$ 18 por caixa de 23 quilos.

Mesmo com os preços mais lucrativos, a área destinada ao cultivo do tomate não deverá ser significativamente ampliada no próximo ano. A aposta dos produtores é no aumento da produtividade.

Segundo Pereira, em Minas Gerais, os estudos e pesquisas voltados para a cultura são constantes, assim como o desenvolvimento de sementes com elevado índice de produtividade e mais resistentes a doenças.

Os produtores de Lagoa Formosa, no Alto Paranaíba, também estão otimistas com a atividade, porém a área destinada ao cultivo não deve ser ampliada. O município é o terceiro maior produtor do Estado, com área de cultivo próxima a 250 hectares. A produção em 2012 deverá alcançar 18,7 mil toneladas e a produtividade é de 75 toneladas por hectare.

De acordo com o engenheiro agrônomo e extensionista da Emater-MG, unidade Lagoa Formosa, Joaquim de Souza Batista de Santana Filho, os preços pagos pelo tomate estão elevados e gerando lucro significativo para os produtores. O tomate produzido na região tem como principais destinos as Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas), Rio de Janeiro, São Paulo e parte do Nordeste.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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