Indústrias têxtil e de vestuário têm queda de fabricação até outubro

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As indústrias têxteis e de vestuário tiveram queda acentuada no volume de produção de janeiro a outubro deste ano, informa relatório do Sindivestuário (que reúne as entidades industriais de roupas e confecções), divulgado nesta quarta-feira. No período, a produção brasileira da indústria têxtil caiu 4,6%, em relação ao mesmo período do ano passado. A indústria de vestuário teve retração mais acentuada, de 10,63%. Em igual comparativo, no Estado de São Paulo, o setor têxtil teve recuo de 5,73% na produção e o de vestuário caiu 17,65%. Ambos apresentaram retração bem acima da média da indústria de transformação, que foi de 3%.

O presidente do Sindivestuário, Ronald Masijah, atribui o declínio na produção ao aumento da entrada de importados no País. "De 2008 para cá, aumentou 272% o número de produtos [roupas e confecções] importados. Os importados entram no País porque não conseguimos competir [com a indústria estrangeira] com essa carga tributária tão alta. Nosso parque industrial é moderno, o problema são os tributos", avaliou. "Se o governo não tomar providências, esse setor da indústria vai ser asfixiado no Brasil, assim como foi nos Estados Unidos e na Europa", destacou o representante.

A queda da produção, avalia Masijah, se refletiu no número de pessoas empregadas nessas indústrias, que caiu 5,58% no setor têxtil e 8,79% no de vestuário. "Este foi o pior dos últimos 20 anos para o setor . Perdemos cerca de 120 mil empregos." De acordo com o executivo, o setor é o segundo que mais emprega no País, atrás apenas da construção civil. "Empregamos mais de 1,4 milhão de trabalhadores. Não é possível que o governo não preste atenção."

Apesar da reclamação, ele admite que as vagas perdidas têm sido absorvidas por outros setores da economia, inclusive pelo comércio varejista de roupas e confecções, onde as vendas tiveram alta de 2,9% em todo o País.

Segundo Masijah, 2013 será crucial para a indústria têxtil e de vestuário, já que a perspectiva é de nova baixa na produção. "Para conseguir reverter essa curva, você precisa de alguma ação muito forte [do governo], senão vira um viés negativo até exaurir esse setor da indústria", afirmou.

"É o ano divisor de águas, ou permanece a indústria ou desistimos de vez [da produção] no Brasil. Está nas mãos do governo", disse, ressaltando que o sindicato procurou as autoridades federais diversas vezes sugerindo alterações no regime tributário e não obteve respostas.


Veículo: DCI


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