BC americano vincula juro a meta para desemprego

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Federal Reserve estabelece 6,5% como limite para pessoas sem trabalho

Autoridade monetária deixa combate à inflação em segundo plano, até que país supere a crise


Pela primeira vez, o Federal Reserve, banco central dos EUA, vai condicionar os juros básicos da economia americana a uma meta no mercado de trabalho e os manterá próximos a zero até que o índice de desemprego, hoje em 7,7%, recue a 6,5% ou menos.

A decisão, inovadora, foi anunciada ontem após o último encontro no ano de seu comitê de política monetária (Fomc) e enfatiza a nova prioridade do Fed: combater o desemprego, ainda longe do patamar de 5% pré-crise, em vez da inflação.

Além disso, a autoridade monetária vai expandir a atuação no mercado de dívida.

Além de manter as recompras mensais de US$ 40 bilhões (R$ 83 bilhões) em títulos lastreados em hipotecas, iniciada em setembro, o Fed decidiu voltar a comprar títulos do Tesouro em janeiro ao ritmo de US$ 45 bilhões (R$ 93,3 bilhões) mensais.

Trata-se, na prática, da quarta rodada de "afrouxamento quantitativo", ou QE4.

A recompra substituirá uma operação em vigor na qual o banco compra títulos de longa duração e vende em seu lugar papéis de curto prazo, forçando os investidores a aceitarem juros menores.

As medidas -que inundam o mercado de dólares, reduzem juros e acabam desviando investidores ávidos por retornos maiores para mercados como o Brasil, afetando o câmbio- são o principal motivo de crítica da presidente Dilma Rousseff quando ela reclama da "guerra cambial".

Os mercados, porém, pouco reagiram, com leve recuo (0,14%) do dólar em relação ao real, para R$ 2,075, e avanço de 0,62% sobre o euro.

DESEMPREGO

A grande surpresa, porém, foi a decisão de tirar uma data da política de juros e de atrelá-la ao índice de desemprego, o que prevê a aposta na estabilidade da inflação.

Assim, a taxa básica nos EUA continuará a flutuar entre 0 e 0,25% ao ano até que o mercado de trabalho mostre uma reação.

"O comitê (...) antecipa que essa banda excepcionalmente baixa de juros será apropriada ao menos enquanto o desemprego permanecer acima de 6,5%, já que a projeção de inflação para o próximo ano ou dois não é de mais de 0,5 ponto percentual acima da meta de 2%", afirma o Fed em comunicado.

Segundo projeções apresentadas ontem, mais otimistas que as de setembro, o desemprego não deve recuar abaixo de 6,5% antes de 2015. O Fed prevê uma queda para até 7,4% no ano que vem, quando espera que o PIB do país cresça de 2,3% a 3%.



Veículo: Folha de S.Paulo


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