Para conseguir um índice de crescimento na casa dos 11,5% para 2013, grandes players do setor varejista que são afiliados ao Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) - 47 no total - apontam que serão investidos, em média, R$ 6 bilhões. O montante será empregado em abertura de novas lojas, em ampliação da área de venda e em tecnologia para otimizar as operações.
Segundo Fernando de Castro, atual presidente do IDV, o otimismo frente a outras entidades do setor que estimam um 2013 desacelerado para o segmento, deve-se à continuidade do aumento do emprego no País, à massa salarial em elevação e à possibilidade de maior contratação de crédito por parte de consumidor. "Será um momento de retomada de crescimento pois este ano ficou muito abaixo do esperado".
Para Flávio Rocha, presidente da rede de vestuário Riachuelo - que sucederá Castro na presidência do IDV em janeiro -, atualmente no Brasil existe cerca de 60% da população economicamente ativa comprometida com prestações. Desta forma, o foco das empresas para o próximo ano, são os que têm sua renda livre de parcelas. "Temos 40% da população que não tem nenhum tipo de financiamento. É neles que vamos apostar para o nosso crescimento", disse ele.
O Cadastro Positivo - banco de dados do comportamento fi nanceiro do consumidor - pode ajudar também nessa maior concessão de crédito. "Ele ainda precisa ser empregado para, posteriormente, ser eficaz", enfatizou Castro ao que completou: "Acreditamos que possam ser criadas regras para que os bons pagadores possam conseguir juros mais baixos ao se contratar crédito futuramente".
Além de todos os fatos já mencionados, o que também tem promovido o otimismo desses empresários é o potencial que o segmento tem para crescer. Flávio Rocha, enfatizou que nos Estados Unidos e na Europa, o varejo representa de 25% a 30% do Produto Interno Bruto (PIB) e no Brasil isso está no patamar dos 15% apenas. "Temos muito que crescer, o varejo brasileiro tem sido visto com bons olhos no mercado internacional". comentou.
Pontos de venda
Para que isso aconteça, a perspectiva é de que as redes ligadas a entidade como o Grupo Pão de Açúcar (GPA), Walmart, Riachuelo, Livraria Saraiva, Polishop, entre tantas outras bandeiras é de que haja a abertura de 720 lojas no País, só no ano que vem. "Serão inauguradas quase 800 lojas no próximo ano, isso significa um incremento de 14% de aumento na área de vendas", enfatizou Castro.
O número é significante e já tiveram players que anunciaram seus planos para os próximos 12 meses. João Appolinário, fundados da Polishop, anteriormente havia afirmado em entrevista ao DCI que era previsto a abertura de 33 novas lojas físicas - canal que representa 60% de seu faturamento -, sendo todas dentro de shopping centers.
"Vamos manter o crescimento das nossas lojas físicas em linha com o que foi este ano, em torno de 33 novas lojas", disse. Com os novos pontos de vendas é esperado que a varejista - que atua também com vendas on-line, por telefone, por catálogo e em sistema de vendas direta (porta a porta) - amplie sua área de vendas em 10 mil metros quadrados. "Como queremos que o nosso cliente realmente conheça e experimente o produto que está levando, novos espaços e maiores são ideais", afirmou o executivo.
Quem também já fez suas projeções e espera um 2013 mais robusto é a rede atacadista Assaí, pertencente ao GPA. A perspectiva da bandeira é abrir 60 novas lojas nos próximos três anos, o que envolverá investimento de R$ 1 bilhão só para essa operação.
Outro fato que pode vir a elevar os ganhos dessas redes varejistas é a criação de operações segmentadas. O mais recente caso visto no mercado brasileiro foi da Riachuelo, que em outubro deste ano inaugurou a Riachuelo Mulher. Voltada apenas para a comercialização de itens para o público feminino, ela tem conceito diferente, conforme explicou o presidente da bandeira. "Ela é diferente das lojas âncoras da Riachuelo. Ela agrega as nossas necessidades de vendas em um espaço menor que o convencional da bandeira", disse.
Investimentos
Dos R$ 6 bilhões previstos para 2013, a expectativa é que o maior valor seja agregado a tecnologia desses players, segundo dados do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV).
Do valor acima citado, a maior parte será para a abertura de novos pontos de vendas, com 61%.
Tecnologia também será um dos pontos em que os grandes varejistas com 10% do montante de R$ 6 bilhões. O restante está dividido em: logística com 12%; infraestrutura e administração com 3%, reforma de lojas 10% e outros com 4%. Para os porta-vozes da entidade, os dados mostram que, mesmo com um 2012 difícil, a perspectiva que ocorra uma recuperação ao longo dos próximos 12 meses. "Estamos confiantes para o próximo ano."
Veículo: DCI