Marcas próprias movimentam R$ 2,8 bilhões

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Considerados coadjuvantes nas prateleiras de grandes redes supermercadistas do Brasil -como o Grupo Pão de Açúcar (GPA), Carrefour, o Dia-, os produtos de marca própria representam apenas 3% do faturamento desses players.

Mas de 2008 para cá as vendas de marcas próprias passaram de R$ 1,8 bilhão para R$ 2,8 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 56% do setor.

Pesquisa realizada pela consultoria Kantar Worldpanel identificou que, neste ano, 52% - de uma base de 1200 respostas - das famílias brasileiras compraram, ao menos uma vez, esse tipo de produto. Segundo Patrícia Menezes, gerente de Comunicação e Marketing da Kantar Worldpanel no Brasil, o paradigma de que produtos de marca própria são inferiores em qualidade já não existe mais para os consumidores brasileiros.

"Esses artigos são considerados de boa qualidade e entram na cesta de compras do consumidor para experimentação", explicou. Na pesquisa, foi identificado que 84% dos que consomem esses produtos o consideram de boa qualidade.

Ainda segundo a executiva, apesar de o resultado da pesquisa ser considerável, esse ainda é um setor de pouca representatividade, pois as redes que possuem produtos próprios, não querem competir com as grandes marcas existentes em suas lojas. "Eles não foram inseridos dentro dos supermercados para competir, mas para dar mais opção de compra ao cliente da rede", disse ele, e completou: "Pela pequena representatividade, as vendas desses artigos são em média, apenas 3% do faturamento dos grandes grupos supermercadistas".

Nas redes Extra e Pão de Açúcar, por exemplo, esses artigos foram inseridos em 2006 e hoje se dividem em quatro marcas diferentes: Taeq, Qualitá, Club des Sommeliers, e Casino.

Segundo informações de sua assessoria, cada uma das marcas representa categorias distintas.

A Taeq é composta por produtos saudáveis; já a linha Qualitá é de itens de primeira necessidade ou de cesta básica, além de artigos para limpeza e higiene pessoal.

O Club des Sommeliers é de vinhos franceses, assim como os produtos que levam a marca Casino - rede controladora do GPA -, cujo conceito é de produtos mais gastronômicos.

Em nota, as redes informaram que: "O Grupo Pão de Açúcar concluirá 2012 com mais de 300 lançamentos em todas as suas marcas exclusivas, totalizando sortimento de aproximadamente 9.000 produtos, entre alimentos e não-alimentos. Este ano tivemos importantes novidades, com destaque para a primeira linha de sucos orgânicos da Taeq; quiches e tortas congeladas da Casino; dois espumantes nacionais produzidos pelo método charmat, em Club des Sommeliers; e uma linha de produtos de limpeza em embalagens maiores em Qualitá."

A produção desses artigos é feita por mais de 500 fornecedores, de pequenas e médias indústrias a produtores familiares rurais, que fornecem frutas, legumes ou verduras para as duas bandeiras.

Ainda segundo informações da rede, " O Grupo Pão de Açúcar vê Marcas Exclusivas como um pilar estratégico de extrema importância para fidelizar clientes a partir de um portfólio diferenciado."

Uma rede de médio porte que também possui produtos próprios é o Dia.

No site da rede, que atua em sistema de franquia, os produtos da marca Dia chegam a 850 itens.

A representatividade dessa categoria em todas as lojas da rede chega a 33% contra 61% de produtos de outras marcas.

Quando se trata das vendas ocorridas nas lojas de São Paulo, o índice cresce: 49% são produtos da marca Dia contra 51% de outras marcas.

Setor

O estudo da Kantar Worldpanel, apontou também que não são só os consumidores de menor poder aquisitivo que consomem esses produtos; 60% dos lares das classes A e B, adquiriram algum item dessa linha, este ano.

Trata-se de uma presença maior no que nas classes C, que registrou 52%, e D e E, com 49%.

Christine Pereira, diretora Comercial da consultoria, mencionou que o preço também é fator de decisão.

De acordo com ela, "74% da amostra também consideram o preço na hora de fazer sua escolha; contudo, sua busca é o preço mais acessível para produtos de valor agregado, ou seja, não existe mais a interpretação de que o preço inferior significa qualidade inferior", explicou ela.

Mesmo a penetração do setor estando nas classes mais altas, o dinheiro gasto para compra de marcas próprias nas classes A e B e C é o mesmo, todos investem 40% de seus gastos com bens não duráveis nesse tipo de produto.

Já a classe D e E investe apenas 20% para esse tipo de compra.

Anteriormente, pesquisa sobre as marcas do coração do consumidor realizada pelo instituto de pesquisa DataPopular, havia identificado que, as donas de casa pertencentes às classes A e B compravam mais esses produtos, pois as mesmas não os utilizam para fazer comida ou para limpeza da casa, sim suas empregadas domésticas.

Entre os produtos mais consumidos pelas classes A e B estão: óleo de soja; papel higiênico; pães; leite longa-vida; açúcar; água sanitária; molhos prontos; salgadinhos; leite condensado e iogurte.

Já os compradores pertencentes a classe C, o que muda é a ordem de importância de compra de alguns desses produtos, além de categorias diferentes, como refrigerantes e biscoitos.


Veículo: DCI


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