Área cultivada no Estado já totaliza 6,6 mil hectares, com crescimento de 3,4% em relação ao ano passado.
Mesmo com a oscilação de preços do tomate no mercado, a produção mineira registrou alta neste exercício. A estimativa aponta para uma produção de 393 mil toneladas, registrando crescimento de 3,5% ante o ano anterior. Ainda assim, a alta dos custos assusta um pouco o produtor, o que poderá representar uma menor produção em 2009.
Segundo o coordenador da Assessoria Técnica da Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Pierre Vilela, com o aumento da oferta, os preços se mantiveram estáveis neste intervalo, sem que ocorresse sinalização de melhoria. No ano passado os produtores receberam em média R$ 0,35 por quilo, preço considerado muito baixo, o que gerou redução na oferta no início de 2008.
Em função do menor volume disponível, entre junho e julho, os preços alcançaram a marca de R$ 1,20 por quilo, o que estimulou a produção. Logo em seguida, houve redução nos preços neste final de ano em função da maior oferta. Atualmente, os produtores estão comercializando o quilo do tomate ao preço médio de R$ 0,50, que sofre grande flutuação em função do mercado.
No Estado, a área cultivada chega a 6,6 mil hectares e cresceu 3,4% em relação ao ano anterior. De acordo com Vilela, a produção mineira é bastante dispersa, com destaque para a região Central, que responde por 28% da oferta mineira. logo em seguida está o Triângulo ineiro com 18% e Sul de Minas com 17% do volume de tomate ofertado pelo Estado.
Os municípios que mais produzem tomate no Estado são Araguari, Uberaba e Turvolândia, sendo responsáveis por 35 mil toneladas, 23 mil toneladas e 13 mil toneladas respectivamente. "O tomate é produzido em duas épocas distintas, inverno e verão. No inverno, a oferta é concentrada, enquanto que no verão os custos são mais altos e a oferta é menor", explicou.
Ciclo curto - Por se tratar de uma lavoura de ciclo curto, cerca de quatro meses, o mercado vai se ajustando de acordo com a demanda e com os custos de produção, sendo impossível realizar alguma previsão antecipada sobre o que poderá ocorrer com esse segmento daqui em diante, afirmou o coordenador. "Caso o mercado apresente alguma recuperação, os produtores mineiros poderão plantar mais mas o cenário ainda é indefinido", ponderou.
De acordo com o coordenador estadual de Olericultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Georgeton Soares Silveira, a produção de tomate é uma das que mais exigem tratos culturais, demandando por muita mão-de-obra. "Os agricultores reclamam muito da falta de mão-de-obra especializada, que exige muitos esforços para se conseguir", alertou.
Para se manter uma lavoura, o custo varia entre R$ 30 mil e R$ 35 mil por hectare, com os custos sendo reforçados por embalagens, frete, mão-de-obra e adubos, enumerou. "Ainda é uma atividade rentável, porém de alto risco para os produtores por se tratar de uma atividade muito atingida por pragas, demandando cuidados com manejo adequado para não entrar doenças", salientou.
De acordo com Silveira, as doenças dependem muito da época do ano. No período frio, ocorre a requeima, que é um fungo que destrói a parte aérea da planta. No período chuvoso, é a vez das bacterioses que, em geral, afetam o caule da planta. "Essas doenças, dependendo de sua progressão, podem afetar muito as plantas, mas em condições favoráveis é possível controlar. Ainda existe a praga causada pela mosca-branca que ataca as plantações e ainda não é controlada", advertiu.
Veículo: Diário do Comércio - MG