Do supermercado aos imóveis, solteiros são a "bola da vez"

Leia em 3min

Nem só de diversão vive o solteiro. Além da vida social, esse potencial consumidor tem que cuidar também das obrigações da casa. O setor alimentício já captou essas demandas e, hoje, oferece linhas especialmente voltadas para esse público. O gerente de departamento de economia e estatística da Associação Brasileira da Indústria Alimentícia (ABIA), Dênis Ribeiro, analisa que o conceito de vida urbana provocou uma verdadeira mudança social, fator que influenciou diretamente o modo de vida das pessoas e a forma de atuação da indústria alimentícia.

“Nos grandes centros, a ocupação do tempo no trabalho é maior. O solteiro que pertence à classe média e tem uma faixa etária que varia desde o universitário, com seus 20 anos, até os 50 anos, passou a se alimentar fora de casa e apenas complementar a refeição ao voltar do trabalho. Foi pensando nisso que a indústria da alimentação pensou nas embalagens menores, feitas sob medida para porções individuais”, explica Dênis.

O gerente de marketing da Brasil Foods (BRF), Marcelo Assaf, ressalta alguns dos produtos criados no sentido de se alinhar às necessidades dos consumidores solteiros, como a lasanha individual da Sadia. “O Hot Pocket, da Sadia, é de consumo individual e foi pensado para jovens. Mas há no mercado, também, uma linha de massas prontas, também em porção individual, como o Meu Menu, da Perdigão. Os solteiros que prezam pela praticidade também têm o Sanduba Perdigão, que são hambúrgueres congelados”, exemplifica Assaf.

A comodidade dos pratos prontos congelados atraiu o consumidor. A preferência pode ser traduzida em números: segundos dados Nielsen, esse mercado cresceu 18% em 2011, sendo a lasanha o principal segmento, representando 80% da categoria. A consultora de varejo da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Fátima Merlin, defende que, apesar de as ações por parte do varejo ou da indústria ainda serem tímidas, o setor supermercadista faturou em 2011 R$ 224 bilhões. “Hoje, no Brasil, os lares unipessoais já atingem o número de 5,6 milhões, de acordo com o IBGE. Um mercado em franco crescimento, mas bem peculiar, com necessidades distintas”, completa.

O setor imobiliário é outro que não tira os olhos deste nicho. A Construtora Dallas, por exemplo, nasceu voltada para o home service. E é esse mercado que atende à nova preferência das pessoas que moram sozinhas: um ambiente menor, mas capaz de abarcar as principais necessidades . “Percebemos que os solteiros deixaram de lado a preferência pelo prédio mais antigo - que tem um apartamento maior, mas que é carente de áreas de lazer - e estão buscando cada vez mais o conforto de um espaço menor, mas com todo o aparato de serviços”, pondera o diretor da Construtora Dallas, Sérgio Arruda.  

Na Dallas, imóveis que têm um quarto variam de 22 a 40 metros quadrados e são vendidos a partir de R$ 135 mil. Já os que têm dois quartos podem ter de 45 a 55 metros quadrados a um preço de R$ 250 mil. Sérgio garante que, nesse caso, tamanho não é documento. “A maior exigência do nosso cliente é a localização. Nosso foco é investir justamente nesse ponto, então oferecemos imóveis que ficam perto de pontos estratégicos, como shoppings, praia e aeroporto. Outra grande prioridade é o serviço: academias, lavanderias e piscina têm espaço garantido.”

E não só moradores têm aproveitado o imóvel. Segundo Sérgio, 90% dos clientes da Dallas são investidores que alugam imóveis. Os que têm um quarto são alugados por uma faixa que varia entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil. Já os que têm dois quartos variam entre R$ 2mil e R$ 2,5 mil.


Veículo: Diário de Pernambuco


Veja também

Linha branca cresce em 2013 com produtos de maior valor

Com o bom resultado da política de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para re...

Veja mais
De volta às raízes, Nivea retoma crescimento e agrada investidor

Mesmo depois de ter descartado Rihanna como "rosto" da Nivea, Stefan Heidenreich, CEO da alemã Beiersdorf, a empr...

Veja mais
Produção de leite deve continuar em alta

A pecuária leiteira não guardará recordações tão boas de 2012. Os preço...

Veja mais
Estoques baixos no varejo ajudam na retomada do setor calçadista em 2013

Otimistas, empresas apostam em reaquecimento da demanda interna para melhorar resultados neste ano Com estoque sem ba...

Veja mais
Alimentos subiram o dobro da média em SP

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econ&oci...

Veja mais
Mercado de algodão nas mãos da China

Depois de alcançar em março de 2011 máximas históricas de preços - acima de US$ 2 por...

Veja mais
Venda não sai e Jequiti vira parceira da Coty

A Jequiti, empresa de venda de cosméticos porta a porta do grupo Silvio Santos, recusou as ofertas de compra feit...

Veja mais
Comércio popular é afetado por concorrência

A falta de infraestrutura -que é um dos principais gargalos da economia brasileira, e que tem recebido uma maior ...

Veja mais
Lei deve impulsionar setor de queijos em Minas

Legislação foi fruto de pesquisa, consulta e intensas negociações com produtores .Já ...

Veja mais