A produção nacional de grãos vai bem. Deverá registrar mais um recorde neste ano, somando 180,4 milhões de toneladas. Os dados são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e, se confirmados, vão representar uma alta de 14 milhões de toneladas em relação ao volume do ano passado.
A produção de trigo, no entanto, não vai bem. O país deverá ter a menor safra dos últimos cinco anos, obtendo apenas 4,3 milhões de toneladas, conforme as mais recentes estimativas da Conab.
Essa queda de produção ocorre em um momento ruim porque forçará o Brasil a importar pelo menos 7 milhões de toneladas do cereal em um ano de menor oferta na América do Sul.
Os argentinos, principais fornecedores do cereal ao Brasil, vão produzir próximo de 9,5 milhões de toneladas. As estimativas eram de 11 milhões. Com isso, o governo do país vizinho está colocando barreiras às exportações do cereal, o que deverá afetar as compras brasileiras.
O Brasil vai ter de complementar com importações de outros países fora do Mercosul, pagando preço mais elevado pelo produto. Essa alta poderá refletir no bolso dos consumidores.
Um dos pontos positivos é que a produção mundial de trigo, após a forte quebra no ano passado, se recompõe em vários dos principais países produtores.
Os dados de ontem da Conab indicam maior oferta de arroz, que vai a 12,1 milhões de toneladas, e de soja (82,7 milhões de toneladas).
A oferta de milho, após o recorde de 73 milhões de toneladas de 2012, recua para 72,2 milhões neste ano. A safrinha terá a maior queda no período: menos 4,2%.
Veículo: Folha de S.Paulo