Etanol de arroz terá incentivo de 75% do ICMS por quatro anos

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O pacote de incentivos para a criação de seis usinas de produção de etanol a partir do arroz no Rio Grande do Sul incluirá uma redução de 75% do ICMS sobre o produto final (que tem alíquota de 25%), por quatro anos. A informação foi dada nesta quinta-feira pelo proprietário da Vinema, Vilson Neumann Machado, momentos antes da assinatura do protocolo de intenções com o governo do Estado.

Segundo ele, o arranjo que permitirá a obtenção de recursos para financiar 70% do investimento necessário até 2020, estimado em R$ 720 milhões, deve ser anunciado no próximo mês, durante a abertura oficial da colheita do arroz no Estado. “Nesse momento, ainda não tratamos de aportes, porque o governo inverteu a ordem e pediu que apresentássemos publicamente o projeto primeiro. Mas aportes terão, existem negociações já andando e muitos bancos de fomento e fundos demonstraram interesse”, detalhou.

O governador em exercício, Beto Grill, apontou que o Estado enquadrou o projeto das usinas de etanol no programa Fundopem Integrar, que estabelece as políticas de incentivo. Ele assegurou que o Executivo estadual quer participar do esforço para viabilizar o projeto e coordenará o trabalho de articulação com o governo federal e com outras empresas.

Já o secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, foi mais cauteloso. Segundo ele, a definição de como o projeto será financiado – se haverá participação do BRDE, do Badesul e do Banrisul – depende de um estudo técnico, que terá início nos próximos dias. “Estamos numa etapa muito anterior. Entendemos que esse projeto é importante para o Estado, mas ele é complexo e muito diferente do que estamos habituados a avaliar. Vamos montar uma comissão de técnicos para estudar a proposta e averiguar se ela realmente é viável”, disse.

Apesar disso, Machado afirmou que as obras da primeira unidade terão início entre março e abril, na cidade de Cristal. Segundo ele, são necessários de 18 a 24 meses para que cada usina entre em operação e um investimento de R$ 120 milhões por usina. As outras unidades serão construídas em Cachoeira do Sul, Capão do Leão, Dom Pedrito e Santo Antônio da Patrulha.

“A distribuição em seis cidades é estratégica, para que as usinas estejam perto da produção da matéria-prima”, assegurou. Além de etanol, as unidades irão fabricar outros produtos, como DDG (matéria-prima para ração animal), gás carbônico (usado na produção de bebidas e equipamentos de refrigeração), óleo fúsel (também aplicado na produção de rações), energia e vapor. “Adiante, vamos agregar outros produtos, como glicose, ácido lático e sílica”, indicou.

A expectativa é de que, ao entrarem em operação, as seis usinas gerem 12 mil empregos e absorvam 4,5 mil toneladas de arroz ao dia, 1,485 mil toneladas anuais. Outros produtos também poderão ser usados na produção de etanol, como o sorgo, a triticale, a batata-doce, o centeio e a cevada. Cada unidade terá a capacidade produtiva inicial de 99 mil metros cúbicos de etanol ao ano.

“Para a empresa, a assinatura desse protocolo de intenções representa a vitória da tecnologia e da pesquisa. Trabalhamos nessa área há mais de 20 anos, buscando alternativas. Nos últimos quatro anos, diretamente com grandes pesquisadores do Estado e do exterior. Hoje é o grande dia, é o dia em que começa tudo, a virada do Rio Grande do Sul na produção de combustíveis limpos. Já temos o caso do biodiesel e agora vamos ter etanol. Nós buscamos esse desenvolvimento principalmente para a Metade Sul”, avaliou o empresário.


Veículo: Jornal do Comércio - RS


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