Segmento de transporte terrestre já esperava reajuste nos valores dos combustíveis
Se de um lado o reajuste do preço do combustíveis, nas refinarias, vai causar impacto positivo nas contas da Petrobras, para alguns setores como o de logística a alta pode significar pressão nos custos.
Segundo o coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (FASM), Reginaldo Gonçalves, “o reflexo desse aumento certamente desencadeará aumento de preços e serviços”.
E entre os setores que certamente serão impactados por essa alta está o de transporte terrestre, atualmente responsável por transportar 60% do que é produzido no país. Newton Jerônimo Rodrigues, presidente da Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga (ABTC) explica que o atual reajuste bate automaticamente no segmento.“Com o aumento nos postos, isso afeta o setor de transporte de carga e de passageiro já que o combustível é um insumo de grande peso.”
Diante do novo cenário, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já afirmou que o valor da gasolina nos postos de combustível deverá subir 4,4%. Atento a esse reajuste, Rodrigues da ABTC é enfático: “não vai ter outro jeito, o produto vai ter aumento. Funciona como uma cadeia que tem início nas refinarias até chegar ao consumidor.”
Mauri Mendes, diretor comercial da Golden Cargo, empresa especializada no gerenciamento e operação da cadeia logística de mercadorias como defensivos agrícolas e produtos químicos embalados, já calculou o impacto em seus negócios. “No nosso caso, o impacto será de 35% do reajuste que chegar às bombas, portanto se for de 4%, o impacto será algo em torno de 1,5%, o que é bastante expressivo.”
Ainda segundo o executivo da Golden, que detém 20% de participação no segmento que atua, a companhia já esperava o reajuste, já que “pela defasagem em relação aos preços praticados mundialmente, cedo ou tarde haveria a necessidade de ajustes pela Petrobras.” “O mercado é sempre muito resistente a absorver estes repasses, porém, como as margens continuam muito apertadas, não há outro caminho a não ser repassar imediatamente”, completa.
Por meio de nota a JSL informou que um reajuste desses tem potencial para gerar um impacto equivalente a cerca de 0,4% do faturamento da companhia. “No entanto, por conta da estrutura de contrato da JSL, a companhia tem condições de repassar esse custo e o impacto para a empresa, portanto, é quase nulo.” Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), o setor de logística é o mais impactado com o aumento do diesel, diferente do setor de aviação.
Veículo: Brasil Econômico