'Cesta' de Carnaval sobe mais que inflação

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Já o IPC subiu 5,95%; fazer planejamento e compras antecipadas ajudam a economizar, afirmam especialistas


O Carnaval se aproxima e, com ele, a perspectiva de gastos extras com lazer, serviços e alimentação. A preços altos.

O valor de produtos mais consumidos durante a folia subiu mais que a inflação nos últimos 12 meses, segundo levantamento do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) obtido com exclusividade pela Folha.

Os dados mostram que uma "cesta de Carnaval" composta por itens agrupados em nove categorias -como cerveja e chope, doces e salgados, diária de hotel e tarifa de táxi- teve aumento médio de preço de 7,46% de fevereiro de 2012 ao fim de janeiro de 2013. No período, o IPC/FGV (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 5,95%.

O estudo considera valores de seis capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador) e do Distrito Federal.

De acordo com a FGV, a inflação do Carnaval do ano passado foi ainda mais alta. Nos 12 meses encerrados em janeiro de 2012, a mesma cesta de produtos e serviços havia subido 8,14%.

"Em fevereiro do ano passado, a variação foi puxada pelo aumento de 10,98% em diárias de hotéis", diz o professor André Braz, responsável pelo levantamento.

"Já neste ano ficou mais caro comer e beber na rua. Esses itens têm grande impacto no orçamento familiar."

MAIORES E MENORES

Dos itens pesquisados neste ano, apenas preservativos (5,01%), protetores para a pele (1,18%) e tarifas de táxi (3,52%) subiram menos que a inflação. Ou seja, não tiveram aumento real.

Já cerveja e chope (12,99%), cafezinho (12,13%) e doces e salgados (10,98%) subiram aproximadamente o dobro da inflação em 12 meses.

De acordo com Braz, os valores podem aumentar ainda mais na semana do Carnaval. "Os preços sobem por efeito de demanda. Essa inflação só quem está no meio do bloco consegue medir."

COMO GASTAR MENOS

Para não se perder nos gastos em meio a preços altos, a orientação de especialistas é que o consumidor planeje as despesas diárias e compre antecipadamente itens como passagens e estadia de hotel.

"Isso ajuda a evitar a 'folia do cartão' em março", diz Erasmo Vieira, da Planilhar Planejamento Financeiro.

Vieira ressalta que os preços de hotéis e passagens são mais altos no final de janeiro. "Eu comprei minha passagem para o Carnaval em novembro e consegui pagar apenas com milhas. Vou curtir uma praia tranquila em João Pessoa na Paraíba, mais relaxado por gastar menos," diz.

"O importante é não extrapolar e depois ficar devendo. Separe o dinheiro disponível e divida pelos dias de folia", diz Erasmo Vieira.

Essa também é a orientação de Valter Police, planejador financeiro pessoal.

"A decisão de quanto gastar deve ser feita em um momento tranquilo e calmo. Se deixar para decidir no meio do bloco, a emoção vai falar mais alto e aí fica muito fácil errar na medida", diz.

O especialista destaca que, muitas vezes, o consumidor descobre que gastou demais só quando recebe a fatura do cartão de crédito.

"Isso vale para qualquer época festiva ou evento. Não tem problema gastar 10% mais que o planejado. O perigo é usar R$ 4.000 quando só podia gastar R$ 500, afirma Police."


Imposto consome 77% do preço da caipirinha; no chope, é de 62%


Os impostos embutidos nos produtos consumidos em maior quantidade na época do Carnaval estão mais elevados que a média.

O alerta é do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).

O instituto constatou maior incidência de tributos nas bebidas: 76,66% do preço cobrado na caipirinha, por exemplo, é de imposto.

No caso do chope, o imposto cobrado representa 62,20% do preço. Na cerveja de lata ou garrafa, o percentual chega a 55,60% e, no refrigerante de lata, a 46,47%.

Já os tributos correspondem a 42,71% do preço da máscara de lantejoulas; 36,41% da fantasia de tecido, e 45,96% do colar havaiano.

O estudo aponta ainda mordida de 36,28% no preço de um pacote de viagem para o Carnaval.


Veículo: Folha de S.Paulo


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