Entre as redes de varejo, foram registrados no ano passado muitas brigas em função das peças de publicidade. O Carrefour decidiu reclamar da campanha do Walmart que mostra uma comparação de preços. Segundo a rede francesa, o Walmart informou os preços errados de seus produtos. E o Conselho Nacional de Autorregulamentação (Conar) pediu a alteração.
Por outro lado, o Walmart questionou a campanha do Extra, do Grupo Pão de Açúcar. Na queixa, a rede americana diz que os motes "Você compra um produto e leva outro sem pagar nada" e "Compre um produto e leve outro de graça" induzem o consumidor ao erro.
Segundo o Walmart, a campanha daria margem para que o consumidor ache que se trataria de produto idêntico ao adquirido, quando, na verdade, o brinde é outro e pode exigir que o consumidor adquira duas ou mais unidades para fazer jus a ele. Com isso, o Conar pediu a alteração da campanha.
Na topo dos questionamentos, está a veracidade das informações, com 36,4% das queixas. Após aparecem quesitos como "respeitabilidade" (12,8%) e "propaganda comparativa" (11,7%). Esse foi o caso de uma campanha da Procter & Gamble, chamada "P&G é superior para você", que foi alvo da rival Unilever. A gigante disse que não foram estabelecidos os critérios de comparação. O Conar aceitou o argumento e pediu a alteração da peça, veiculada no programa "Domingão do Faustão", da TV Globo.
A Unilever também questionou a campanha "Você pode ter um campeão em casa... ou dois", da marca de sabão Ariel, da P&G. A Unilever, cujo sabão Omo é o líder na categoria do país, disse que a campanha pode induzir o consumidor a achar que o Ariel é o líder na categoria. Mas nesse caso a peça foi arquivada.
Em outro caso, a Colgate Palmolive, com seu Colgate Total 12, conseguiu cancelar uma ação de merchandising da Oral B, da P&G, na qual o apresentador Gugu Liberato testava as duas marcas. "A campanha comparativa no Brasil não é tão utilizada quanto no exterior por motivos culturais", destacou o publicitário Armando Strozenberg, presidente da Terceira Câmara de tica do Conar e chairman da agência Havas Worldwide Brasil.
Em outro caso, é o próprio Conar também quem pede a sustação de campanhas. Foi o que ocorreu com a peça "Era do Gelo 4" da Danone. Para o órgão, houve apelo excessivo ao consumo infantil.
Veículo: Diário do Comércio - MG