Consumidores reclamam do aumento constante de preços dos alimentos que estão na lista dos itens e impulsionam a inflação.
A projeção para a inflação este ano que ultrapassa as metas do governo federal faz com que o consumidor mude de hábitos alimentares para manter saudável a economia doméstica. Na sondagem feita pela reportagem do Primeira Página, os clientes dentro de supermercados relataram como estão conseguindo driblar o aumento de preço dos produtos.
Para o militar Reinaldo de Souza, 50 anos, o que mais interfere no orçamento da compra do mês são os produtos básicos. “O preço do arroz, feijão e óleo de soja se altera a cada nova compra, sempre pra mais. Quando não tem promoção temos de trocar a marca que tiver com mais vantagem no custo”, disse.
Para a aposentada Áurea Gonçalves de Lima, 68 anos, a maneira de manter o gasto com alimentos nos trilhos é mudar as receitas e variar os produtos. “Para substituir o arroz e feijão a gente faz uma polenta com fubá de milho e um molho especial, assim satisfaz os netos e controla o bolso”, relatou.
Ela também disse que para as frutas e verduras a solução são as feiras de bairro, com preços mais em conta, principalmente, aqueles que estão na estação. “Tem cabimento o quilo do tomate estar a R$ 5,00?”, se espanta.
O aposentado Marcos Tadeu, 46 anos reclamou do preço da alface que ontem estava perto de R$ 3,00 o pé. “O salário quando tem reajuste é mínimo, quanto isso os preços aumentam todo dia. Lá em casa fruta só as da estação e mesmo assim as mais baratas”, sentenciou.
A cirurgiã-dentista Vanessa Machado, 49 anos, afirmou que o que mais pesa em seu orçamento doméstico são as hortaliças e frutas que a cada semana aumentam de preço. Ela explicou que com uma família de cinco pessoas, tendo adolescente e um idoso, a dieta precisa ser balanceada. “Estamos sendo obrigados a mudar de hábitos e nos adaptarmos aos produtos da estação, já que têm outros itens que são impossíveis de serem substituídos”, relatou.
Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) elevaram pela sexta semana seguida a projeção para a inflação este ano. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desta vez, passou de 5,68% para 5,71%. Para 2014, permanece a projeção de 5,5%.
Para o economista Ronaldo de Cresci, o ano de 2013, segundo as previsões, deve ser complicado, com relação a alguns setores da economia, pois há alterações nos custos dos insumos o que resulta em reajustes de preços, pressionando ainda mais a inflação.
“Os consumidores já sentem estes aumentos no início deste ano nas prateleiras dos supermercados e redes de abastecimento”, disse.
Ele explica que a alternativa para as donas de casa neste momento é optar por trocar as marcas dos produtos tradicionais por outros mais em conta (muito comuns em redes de supermercados produtos que não tem gastos com propaganda por isso mais em conta). “Estas atitudes ajudam a diminuir o impacto dos aumentos, outra sugestão é comprar somente o necessário para não alimentar o dragão da inflação”, afirmou.
A projeção para este ano está cada vez mais distante do centro da meta de inflação, de 4,5%. O Banco Central trabalha ainda com a margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Talvez a inflação ultrapasse até mesmo a sua projeção máxima de 6,5% ao ano.
Veículo: Jornal Primeira Página - São Carlos/SP