Fabricantes projetam produção de 80 milhões de ovos de chocolate
Passada a Quarta-feira de Cinzas, é hora de o varejo brasileiro dar a largada nas vendas do período de Páscoa. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), os maiores fabricantes do País colocarão no mercado mais de 100 novos produtos, com destaque para os mais de 80 milhões de ovos de chocolate.
“Estamos otimistas, pois o brasileiro adora chocolate, e o potencial de crescimento para os fabricantes é enorme. O Brasil é o terceiro maior produtor do mundo de chocolate, no entanto, o consumo per capita ainda é baixo, de 2,2 quilos, ou seja, temos margem para expansão”, afirmou o vice-presidente de Chocolate da Abicab, Ubiracy Fonseca, ao apontar que grande parte dos lançamentos é voltada ao público infantojuvenil e traz brinquedos e outros brindes.
Ele apontou, como principal sinal da motivação dos empresários do setor, a contratação de 20 mil trabalhadores temporários em todo o País. Parte desse contingente atua na fabricação dos produtos, enquanto outros farão o serviço de demonstração e exposição no varejo. Fonseca lembrou, ainda, que o cronograma tradicional do setor estipula que as entregas e a decoração das lojas (com a montagem das “parreiras” nos supermercados) comecem logo após o Carnaval.
Segundo o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antonio Cesa Longo, os varejistas ainda estão comprando seus estoques e, por isso, não há uma projeção de como serão as vendas de Páscoa. Ele estima que, em função da data, comemorada em 31 de março, a tendência seja de um crescimento moderado. “Até 5%”, prevê.
A entidade irá divulgar uma pesquisa detalhada sobre a Páscoa no dia 4 de março. “Mas podemos, desde já, dizer que a época atrapalha. Por ser em março, tende a ser mais quente. E a proximidade com o início das aulas também não ajuda. Para a Páscoa, quanto mais frio, melhor”, avalia Longo.
A gerente de marketing da Top Cau, Alais Valentini Fonseca, também atribui ao mês de março a decisão da empresa de não aumentar o volume de produção neste ano. “Vamos ficar em linha com 2012, quando produzimos 8 milhões de unidades de ovos de chocolate, um crescimento de 7% frente a produção de 2011. Apostamos que a Páscoa vai ser boa, mas entendemos que o consumidor tem muitas despesas no primeiro trimestre, o que justifica a postura mais conservadora na produção”, explicou.
Já o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Gustavo Schifino, estima que em 2013 os presentes não alimentícios representem 30% das vendas do varejo no período da Páscoa. A aposta da entidade é que, além dos chocolates, os consumidores optem por roupas e brinquedos – com um tíquete médio de R$ 50,00. Isso porque, segundo ele, a data vem ganhando espaço no calendário anual do varejo e “promete” contribuir de forma significativa para um aumento no movimento e no incremento do comércio na última semana do mês de março.
Veículo: Jornal do Comércio - RS