Os primeiros produtos oficiais da Copa do Mundo de 2014 chegam ao mercado brasileiro no início do mês de março. São artigos variados, como bolas, cadernos, chinelos e brinquedos, entre outros. E a colocação desses produtos à venda vai significar a intensificação do combate à pirataria. Polícia, autoridades aduaneiras e vários órgãos governamentais de controle e fiscalização preparam uma blitze constante contra fabricantes, distribuidores e vendedores de produtos não-oficiais.
Como ocorre em todas as Copas, a Fifa estabeleceu um contrato com uma empresa, dando a ela o direito de licenciar todos os produtos relacionados com o evento. No caso do Brasil, o acordo foi com a Globo Marcas, que tem o direito exclusivo de nomear licenciados em todo o território nacional.
E a empresa já fez os primeiros convênios. São 34 empresas, de diversas categorias. Elas serão as responsáveis por colocar os produtos no mercado a partir de março. Quando todos os acordos forem fechados, a Globo Marcas calcula que 1.500 produtos oficiais estarão no mercado.
A Fifa tem especial interesse em combater a pirataria não apenas para fazer valer os direitos de seus parceiros, mas também para proteger os cerca de 10% que embolsa de cada produto vendido. “A Fifa realiza o Programa de Proteção às Marcas a fim de salvaguardar a integridade da marca do evento. Implanta estratégias para combater a associação não autorizada com a Copa e qualquer uso não autorizado das marcas oficiais’’, diz o entidade, por meio de seu departamento de marketing.
O tema é tão importante para a Fifa que a entidade não se satisfez apenas com as leis existentes no País para combater a pirataria. Trabalhou para que o assunto fosse tratado na Lei Geral da Copa, em um capítulo específico, que prevê penas de multa e de prisão, que pode chegar a um ano, para quem “reproduzir, imitar ou falsificar indevidamente quaisquer símbolos oficiais de titularidade da Fifa’’, ou então “importar, exportar, vender, oferecer, distribuir ou expor para venda’’ tais símbolos/produtos.
No entanto, a Fifa diz que só defende punições em último caso, ou seja, quando a tentativa de frear a atividade pirata não der resultado. “A Fifa tem como objetivo educar (os infratores)por meio da conscientização da propriedade intelectual’’, explica o marketing da entidade.
Em seguida, diz que vários casos de uso não autorizado de suas marcas já foram identificados no Brasil. “Em tais casos, sempre que é possível, a Fifa tenta resolver amigavelmente, entrando em acordo com os infratores. Mas assuntos mais sérios são tratados por meio das autoridades competentes.’’
“Resolver amigavelmente’’ significa que a atividade ilegal deve ser suspensa imediatamente e os produtos, recolhidos. Nesse ponto, alguns juristas já contestaram eventuais punições – a Fifa não divulga dados exatos sobre incursões já feitas sobre pirataria relacionada à Copa – sob a alegação de que apenas os vendedores, que portam pequenas quantidades de produtos – correm risco de punição.
A Fifa diz que não é bem assim. Alega que vai se envolver “em um extenso programa para explicar às autoridades competentes (do Brasil) sua propriedade intelectual e difundir métodos para identificar produtos falsificados’’ e garante haver bom entrosamento com a Polícia Federal, com o objetivo de tentar brecar a chegada de produtos piratas feito fora do País aos “pontos de venda’’.
“Especial atenção está sendo dada às muitas portas de entrada de grandes carregamentos de mercadoria, numa tentativa de impedir a entrada no Brasil de produtos falsificados para venda em mercados e lojas locais.’’
Otimismo
Problemas à parte, no “mundo legal’’, a expectativa é de excelentes negócios envolvendo produtos ligados à Copa. “São produtos oficiais de diversas categorias, de diferentes faixas de preço, todos com alto padrão de qualidade”, afirma José Luiz Bartolo, diretor de Licenciamento da Globo Marcas.
Ele explica que as licenciadas foram definidas a partir de questões como boa relação custo x benefício, capacidade de produção e de distribuição.
Os preços dos produtos serão os mais variados. As sandálias, por exemplo, custarão entre R$ 39,90 e R$ 59,90. A vuvuzela brasileira sairá no máximo por R$ 30,00.
A Globo Marcas também assinou acordo com a Dufry Sports para a operação dos pontos de venda oficiais. A empresa vai operar os quiosques oficiais dos estádios e dos aeroportos, além das lojas oficiais nas cidades-sede, colocadas por exemplo, em shopping centers. Também haverá venda pela internet.
Empresas que já fecharam com a globo marcas
Vestuário, calçados e assessórios: Drastosa (confecção); Malwee (confecção adulta e infantil); Amazonas (chinelos); Bottero (calçados femininos); Pralana (bonés e chapéus) e Bali Blue (cangas)
Malas, mochilas e bolsas: Santino (mochilas modelos juvenil e adulto); Lansay (malas de viagem); Semax (bolsas e carteiras) e Sestini (mochilas modelo infantil)
Brinquedos: Xalingo (jogos); BBR (pelúcia); Copag (jogos de cartas); Elka (instrumentos musicais e mascote de plástico injetado) e Grow (mascote em vinil e jogos)
Bolas: Capital Trade
Itens de torcida: Kalciomania (cachecóis, almofadas e estandartes); Rapha’s World, (protetor de retrovisor e binóculos); Mitraud (bandeiras); Regina Festas (itens de torcida e decorativos para festas) e The MKT Store (caxirola).
Casa e Decoração: Dohler (aventais e toalhas de banho); Anabell (coolers e bolsas térmicas); Papaiz (cadeados); Ceramarte (canecas em 3D) e Alumiart (baldes de gelo e porta latinhas);
Papelaria: Plascony (pastas e organizadores) e Foroni (cadernos e agendas);
Souvenires: Bley e Brollo (miniaturas de estádios); Imãs do Brasil (imãs); Imangel, (imãs em gel); Newcady (souvenirs) e Semax (miniaturas e chaveiros).
Veículo: Diário do Comércio - SP