Setor óptico vê ampliação de lojas físicas e varejo eletrônico

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Empresários que atuam no setor óptico com a venda de óculos de sol e de grau, além de investir na ampliação de lojas físicas, começam a analisar mais o varejo eletrônico (e-commerce). O setor está interessado em superar os R$ 19,5 bilhões obtidos em 2012 e crescer acima dos 23% vistos no ano passado, segundo a Associação Brasileira da Indústria Óptica.

Há mais de 15 anos no mercado brasileiro, a rede de franquias Óticas Carol, além da expansão agressiva de seus pontos de venda - vai passar dos atuais 500 pontos de venda para 700 até 2014-, começa a mirar as vendas on-line para os próximos anos. "Ainda não temos um e-commerce, mas já estamos estruturando um projeto nesse sentido para o ano que vem", explicou Maurício Ferrante, diretor-comercial e de operações da marca. Nas lojas físicas, o foco da expansão está nas Regiões Norte e Nordeste e no Rio de Janeiro, consolidando-se assim dentro dos 19 estados em que a marca está em atuação, conforme explicou o executivo, ao DCI.

Quanto à inserção da marca no mundo digital, segundo o executivo, a maior dificuldade que o projeto pode ter ao ser implementado é fazer com que o cliente acerte na hora da compra. "A única dificuldade que podemos ter com esse canal de vendas é conseguir fazer com que o consumidor acerte na hora de fazer suas compra pela Internet, e não se frustre com esse canal", disse.

Para minimizar esses impasses, Ferrante explicou que a Óticas Carol tem dentro de seus pontos de venda formas interativas que já fazem sucesso com os clientes, e disse que isso pode ser agregado ao e-commerce futuramente. "A simplificação do atendimento e a interação no balcão de algumas lojas têm dado resultado. Replicar esse modelo pode ser acertado para o nosso site", enfatizou Ferrante.

Inovação

É apostando nos diferenciais que a Lema21, fundada em 2011, comercializa seus óculos apenas pela Internet, inspirada no modelo da Warby Parker, empresa norte-americana. Ambas, para atrair a atenção do consumidor e, por consequência, fazê-lo comprar, apostam em mais tecnologias de interação, além de enviar os produtos para que os clientes os provem em casa antes da decisão da compra.

No caso da Lema21, a tecnologia de interação é o chamado "espelho virtual". Com esse sistema, o consumidor pode provar os produtos de forma on-line ao tirar uma foto do seu rosto e usá-la como referência no ambiente virtual. Em breve, a empresa colocará à disposição do seu consumidor o sistema, explicou Jonathan Assayag, executivo-chefe (CEO) da marca. "O Prove em Casa é um serviço que enviará um kit de quatro amostras de armação para a casa do consumidor. Ele poderá experimentar os óculos e optar pelo que prefere, seu gosto. Por fim, o consumidor poderá comprar óculos de grau completo, com lentes confeccionadas pelos laboratórios do Brasil", afirmou.

Por ser muito nova no setor, a empresa, que recebeu aporte de R$ 3,2 milhões de investidores brasileiros e estrangeiros, pretende comercializar mais de 12 mil óculos ao longo deste ano pelo custo fixo de R$ 267. "A perspectiva para 2013 é nos posicionarmos como referência brasileira em design e qualidade de óculos. Nossa projeção para 2013 é vender 12 mil peças", explicou Naomi Arruda, sócia-fundadora da Lema21.

Concorrência

A Lema21 não está sozinha nesse mercado. Desde 2006 vendendo óculos pela Internet, está a Óculos Shop, marca do executivo brasileiro Alexandre Ramos. Com um sócio, Ramos juntou sua experiência no setor, vinda da sua loja My Style, localizada dentro do Shopping Aricanduva, em São Paulo, para se arriscar no varejo eletrônico. Com a iniciativa, a empresa, que antes faturava ao ano R$ 5 mil, saltou para R$ 40 mil em 2006. "Apostamos na plataforma on-line em um momento em que não havia nenhum player estruturado no e-commerce", explicou Ramos. Ao reinvestir o lucro em uma nova plataforma, o executivo conseguiu, depois de vender via Internet por seis anos, dobrar seu faturamento entre 2011 e 2012. "Faturamos no ano passado R$ 8 milhões, valor que que dobrou em relação ao de 2011". Questionado sobre as perspectivas para este ano, Ramos afirmou que pretende dobrar mais uma vez o faturamento.

"Queremos manter o mesmo patamar visto no ano passado. Só no mês de janeiro conseguimos dobrar as nossas vendas", disse ele. Tendo como carro-chefe os óculos de sol, a Óculos Shop trabalha com as principais marcas do mundo, e a estratégia para que não ocorra a devolução das mercadorias está na aposta de vender óculos de tamanho médio. "Pesquisas recentes apontam que 90% dos brasileiros têm rosto de tamanho médio. Na hora de selecionarmos os produtos, procuramos artigos que se enquadrem - e com isso reduzimos as trocas", argumentou.



Veículo: DCI


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