Em SP, reajuste variou de 1,45% a 100%. No Rio, seis itens estão mais baratos
SÃO PAULO e RIO – A desoneração de produtos da cesta básica ainda não gerou a redução de preços esperada para o consumidor. Alguns itens até dobraram de preço. A maioria dos 14 produtos monitorados pelo GLOBO entre segunda-feira e nesta quarta-feira, em quatro supermercados no Rio e em três São Paulo, ainda não ficaram mais baratos. Apenas seis produtos ficaram os preços menores na capital fluminense e cinco na paulista. E, contrariando as expectativas, sete produtos ficaram mais caros nos supermercados paulistanos: os preços chegaram a dobrar esta semana.
No Rio, a maioria dos preços permaneceu estável. A exceção foi em um Mundial da Tijuca, onde café, arroz, feijão carioquinha, óleo de soja e farinha de mandioca ficaram até 6,92% mais baratos. Com exceção das promoções, a maior queda foi registrada no Prezunic do Catumbi, onde o preço do açúcar caiu 7,75%. Em um Guanabara de Vila Isabel, nenhum preço foi alterado entre segunda e nesta quarta-feira.
Os aumentos em São Paulo variaram de 1,45% a 100%, caso da pasta de dente em uma loja do Extra no Centro. Já as reduções, mais tímidas, ficaram entre 1,38% 4,18% na comparação com os valores do primeiro dia da semana. Na terça-feira, a pesquisa feita pelo GLOBO havia constatado diminuição média de 2% no preço de quatro produtos sobre os valores de segunda-feira e aumento médio de 44% em dois itens no mesmo período.
— Estamos pleiteando há algum tempo dois tipos de desoneração: a de tributos e a de operação. Tivemos parte do nosso pleito atendido com a desoneração da cesta básica. A partir de agora, os repasses dos produtos ao consumidor serão de 100% com base nos repasses da indústria — garantiu o presidente da Associação Paulista de Supermercados, João Galassi.
Mudança total só em abril
Os preços mais altos foram registrados em uma loja do Extra, no Centro paulistano, e também num Pão de Açúcar da Zona Oeste. Estavam mais caros nas duas lojas, além da pasta de dente, o sabonete, o açúcar, o feijão e a batata. O Grupo Pão de Açúcar, que administra os dois supermercados, já havia iniciado as desonerações na segunda-feira e informou em nota que “apoia a medida e tomou todas as providências para aplicá-la imediatamente e beneficiar os consumidores brasileiros”.
Os preços mais baixos — de açúcar, arroz, óleo de soja, café e alcatra — foram encontrados em um Carrefour da Zona Sul da capital paulista e em um Pão de Açúcar da Zona Oeste. O Carrefour explicou que, no primeiro dia útil desta semana, as desonerações ainda não tinham sido repassadas e que os descontos começaram na terça-feira e continuarão até atingir o percentual “integral e todos os produtos da cesta básica”.
Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil, explica que é normal essa demora no repasse:
— Só em abril, os supermercados vão girar o estoque e ter redução dos seus custos.
Veículo: O Globo - RJ