Supermercados já praticam novos preços de alimentos
CESTA BÁSICA - Desconto total deve ser sentido em 30 dias com a compra de novo estoque
Os produtos da cesta básica já começaram a ficar mais baratos nas redes de supermercados paraenses. Os empresários do setor varejista já aplicaram os novos preços dos produtos desde ontem, como resultado da medida adotada pelo Governo Federal de desonerar os produtos da cesta básica de tributos como o PIS/ Cofins e o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI). Neste primeiro momento, a redução é de 6% no valor da carne e dos produtos de limpeza, como sabonete, papel higiênico e creme dental. Já os demais produtos ficaram cerca de 3% mais baratos. De acordo com o presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), José Oliveira, CESTA BÁSICA Desconto total deve ser sentido em 30 dias com a compra de novo estoque Empresários defendem que Estado também deve reduzir os tributos a desoneração total estabelecida pelo governo brasileiro, de 9,25%, será percebida apenas no início do próximo mês, quando os estoques serão renovados.
“Acredito que no prazo máximo de trinta dias os itens da cesta básica já estarão com os valores 9,25% mais em conta”, garante o presidente da Aspas, frisando que a retração nos preços depende também dos fornecedores, que precisam, de imediato, alterar suas tabelas. Quanto aos impactos, Oliveira diz que a medida terá reflexos positivos, sobretudo para o consumidor, que terá possibilidade de diversificar e ampliar sua capacidade de compra. “Se este cliente comprar mais, é claro que as lojas também ganham, assim como os fornecedores. Quanto mais se reduzir o preço, mais o cliente consumirá”, pontua. Para ele, o governo estadual, seguindo a mesma lógica do governo federal, deveria projetar reduções no Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS), para ampliar ainda mais o consumo no Estado.
De acordo com cálculos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), o custo de vida no Pará é um dos mais altos do País, puxado, principalmente, pelos alimentos e bebidas. Segundo o supervisor técnico do Dieese-PA, Roberto Sena, no mês passado a cesta básica do paraense custou R$ 286,70, 2,21% a mais que em janeiro. “Considere que a inflação do INPC, medida pelo IBGE, foi de 0,52% neste período, ou seja, pelo menos quatro vezes menor que a variação da cesta” explica. Alguns itens tiveram maior carestia, como a farinha de mandioca (12,71%), o tomate (elevação de 10,38%) e o café (aumento de 1,23%).
A dona de casa Marília Frazão, de 32 anos, que foi às compras ontem, disse ainda não ter percebido redução em alguns itens. “Acredito que, como a medida foi anunciada estes dias, deve levar um tempo para os preços serem ajustados”, afirma. Entretanto, a dona de casa observou a movimentação entre os funcionários dos supermercados na alteração das etiquetas. “Acredito que apenas no check out será possível perceber esta redução. Mas eu duvido que seja a desoneração total”, dispara. Já o vigilante Pedro Almeida, de 48 anos, comenta que é cedo para perceber a mudança nos preços. “Temos que ficar otimistas, já que isso é algo totalmente diferente de tudo que já vimos antes. Normalmente o governo aumenta, ao invés de reduzir preços. Ou seja, mais longe já estivemos. Agora, é tudo uma questão de tempo”, avalia.
Veículo: O Liberal - PA