Confecção encolhe em São Paulo

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Maior mercado consumidor de moda do Brasil, o Estado de São de Paulo teve um desempenho pior que a média nacional na produção de roupas em 2012. Em volume de peças, a confecção encolheu 18,75%, mais que o dobro do recuo do setor no Brasil, de 9,5%.

A informação é do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo (Sinditêxtil-SP). Alfredo Bonduki, seu presidente, diz que o fenômeno está ligado à alta de 45,87% das importações (em tonelagem) por São Paulo em 2012, bastante acima do avanço de 19,59% na entrada de vestuário estrangeiro no país no mesmo período.

São Paulo vem importando mais pois é alvo de expansão de marcas internacionais, diz Bonduki. É o caso da varejista londrina Top Shop, que abriu sua primeira loja no Brasil no Shopping JK Iguatemi no ano passado. Além disso, São Paulo registra historicamente maior concentração de grandes redes como Renner, Riachuelo, C&A e Hering - nessas companhias a fatia dos importados já supera 30% dos produtos vendidos. "Redes menores não têm escala suficiente para comprar fora do país", diz.

Segundo a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), que reúne as maiores redes de vestuário no Brasil, a fatia de importados no mix das varejistas subiu de 18%, em 2011, para 20% em 2012. Não há informações sobre os anos anteriores e a associação não faz previsões de importações para 2013, "porque este assunto depende da estratégia comercial de cada empresa associada".

O Sinditêxtil-SP, por sua vez, prevê uma alta entre 15% e 20% nas importações por São Paulo este ano, motivada pelo fim de benefícios fiscais concedidos em outros portos. Segundo Bonduki, produtos de fora que antes chegavam ao mercado paulista via Santa Catarina e Espírito Santo passarão a entrar diretamente por São Paulo agora. A norma que estabeleceu alíquota única de ICMS sobre circulação interestadual de bens importados em 4% começou a vigorar em janeiro deste ano.

Para a ABVTEX, o aumento das importações por São Paulo é reflexo de "uma revisão logística e não significa um grande aumento no volume total de importações, elas apenas foram redirecionadas."

Segundo levantamento do Sinditêxtil-SP, a China representa hoje 66% da pauta de importações de confecções, segmento em que a perda de competitividade é maior do que na área têxtil. "O setor de vestuário é mais vulnerável porque depende mais de mão de obra, ponto forte dos asiáticos", disse Bonduki.

Após o desempenho ruim no ano passado, a produção de vestuário em São Paulo, que representava 25,4% da fabricação nacional de peças, passou a responder por 22,8%.

Diante desse cenário, o governo do Estado renovou, em janeiro, a redução da alíquota de ICMS de 12% para 7% para produtos têxteis.

Já beneficiado também pela desoneração da folha de pagamento, o setor briga agora para obter uma salvaguarda e um regime diferenciado de tributos federais.



Veículo: Valor Econômico


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